Duas décadas pode até parecer pouco, mas foi o suficiente para Vitória circular entre as primeiras fases da vida e se reconectar com a sua criança interior aos 20 anos (você já vai entender o porquê!). Mas antes, permita-me apresentar a garota que carrega o sobrenome Aparecida Machado e o assina cheia de orgulho com o peito estufado.

Filha de dona Silva e senhor Valdecir, a estudante (ainda caloura) do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Viçosa, diz, com carinho e afeto, que viveu a maior parte da sua vida no interior. Entre as estradas de terra e as árvores nativas mais bonitas, ela cresceu junto aos seus dois irmãos: Vinicius, o primogênito, e Vitor, o caçula. Todos os filhos de Silva e Valdecir levam a letra V no início do nome, pouco acredito que seja mera coincidência. O laço da família é tão forte que até na assinatura o amor se transcreve. E nas datas também! Um fato curioso é que ela divide seu aniversário com sua avó paterna.

Com um lápis na mão e um caderno na mochila, a garota aprendeu a ler, escrever e imaginar desde cedo, na escola pública da comunidade Casa Nova. E quando a imaginação foi um pouquinho mais longe – no sexto ano, para ser mais específica – uma mudança aconteceu: já com certa idade ela mudou para Ervália e lá continuou seus estudos até o final do ensino médio.

E como a maioria das pessoas, é nessa fase que a gente começa a encontrar nosso lugar de pertencimento e o mundo começa a ser diferente. E foi na moda, na estética e no estilo, que Vitória encontrou o que estava faltando. As tendências mudam e se atualizam, mas às vezes elas se reconectam com o que já foram. Era disso que eu estava falando logo no início do texto: do seu cabelo cacheado. Depois de muito tempo alisando os fios, veio a transição capilar, voltando para a sua forma natural igualzinha quando era pequena. Na época, Vitória detestava as trancinhas que sua mãe fazia, já hoje ela vê e sente falta do penteado. Afinal: ele também fazia parte de quem ela é. Os seus cabelos são parte da sua identidade!

A timidez também era vista na criança Vitória, e, embora ainda preserve um pouco dessa característica, hoje em dia a timidez tomou espaço para a comunicatividade. De lá pra cá ela se compromete com tudo que faz, por exemplo: em 2023 ela alcançou um dos seus maiores objetivos que era entrar na faculdade de Jornalismo. E até chegar aqui não foi tão fácil… muitos empregos foram ficando pelo caminho – não porque ela não precisava mais deles, mas porque ela foi crescendo em direção ao seu sonho -, de atendente à modelo, ela fez de tudo um pouco. 

Se reconectar pode ser um desafio. O jeito é se refugiar e se revolver tal qual os oceanos: mudar e perceber quando voltar para casa. Atualmente, Vitória está em Viçosa, mas ela sabe muito bem para onde voltar quando a saudade aparecer.