Minha casa, minha outra casa e meu lar

“E aí, mano, beleza?”, acompanhado de um aperto de mão e um abraço, é assim que se inicia o meu encontro com Vittor Gabriel Almeida, e apesar de ser o primeiro contato, a leveza que pairava no ar da BBT e a abertura enquanto conversávamos dava uma sensação de o conhecer a anos. Logo de cara, ao falar de suas primeiras impressões no seu primeiro semestre de Comunicação Social – Jornalismo, Vittor, que é amante de fotografia, tem amado as aulas de Fotojornalismo com a Laene e como quem vê através das lentes de uma câmera, o nota o quanto pode melhorar. Natural de São José dos Campos, se declara para Viçosa,  e revela o quanto a simplicidade e facilidade de locomoção da nova cidade o permite se sentir à vontade. E sua nova casa aqui não se fez sozinho, mas sim com dois primos, “o que facilitou muito minha adaptação”, deixando transparecer pelo peso que parecia deixar seus ombros, que tê-los ali era como ter um pedacinho da sua cidade e de tudo aquilo que deixou para trás.

Vittor encontra sua segunda casa na tão famosa “Rita”, um lugar que gosta de frequentar: “talvez eu goste um pouquinho”, conta com uma risada e um saltitar na cadeira, claramente entregando que talvez não seja tão pouquinho assim. E continua, “eu sou festeiro, mano, […], isso aí é uma característica minha mesmo”, e apesar de gostar da curtição, revela o lado profissional e como que isso abre portas para ele, e o ajuda a se adaptar e conhecer mais pessoas. Fazer novas amizades sem dúvidas é algo dele, e quando pergunto sobre amizade seu olhar expande e sua boca declara: “aí você tocou num ponto certeiro!”, afinal, as amizades são sua base, e isso dificultou muito quando precisou deixar sua cidade, mas também viu nesse distanciamento a oportunidade de  construir novos laços e de se descobrir ainda mais. E o que mais é do Vittor? Tudo aquilo que brilha em seu olhar ao falar: “eu sou apaixonado por escrever, mas principalmente cinema”. Ele já fez peças de teatro, encenações, mas que o que realmente ama é dirigir e criar roteiros, e me pergunto será que aquilo que escreve é tão fascinante quanto sua própria história? Durante nossa conversa repetiu tantas vezes esse amor, aumentando o brilho no seu olhar, que eu me sentia fascinado como se o sentimento também me pertencesse. “Eu choro muito com filme”, me conta com a vergonha estampada em um rosto vermelho junto com uma risada. Mas não são apenas os filmes que o emociona, mas a falta de casa, da sua cidade, da sua mãe: “eu não fico chorando no banheiro, ou tenho horário agendado para chorar, mas sinto muita saudade de tudo”, revela com um humor característico dele. Porém, ao falar do seu irmão: “é a pessoa que eu mais sinto falta”, o sorriso desaparece, o olhar fica distante. Faço o mesmo e naquele momento comungamos da mesma saudade.