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Por que os filmes baseados em fatos reais não contam a realidade?

Filmes baseados em fatos reais são uma fachada para uma mentira bem contada ou nós apenas não os entendemos ainda?

Quando assistimos a um filme baseado em fatos reais significa que vamos saber exatamente o que aconteceu, né? A resposta é um grande não. Imagine que você viveu uma situação e está escrevendo uma redação para sua turma inteira ler, será que você se sentirá totalmente confortável para dizer todos os detalhes? Será que a trama será interessante para capturar a atenção do seu público? Esse é o pensamento dos produtores e roteiristas de cinema.

Em filmes baseados na realidade, pessoas e histórias reais estão envolvidas nos acontecimentos retratados. Não é tão simples espalhar algo íntimo por aí. Muitas vezes a história precisa de uma incrementada que só um roteirista consegue dar jeito, e está tudo bem! Os filmes têm algo importante ao seu lado: a liberdade poética. 

Frequentemente as “histórias reais” contadas em filmes são de drama, guerra, terror, biografias e, em casos mais recentes, crimes resolvidos. Enfatizando este último, é percebido claramente a motivação para não se contar todos os detalhes (reais) do acontecido, existe uma preocupação na repetição do problema. Também existem as circunstâncias em que há a necessidade de se inventar informações para explicar elementos sem conclusão ou que não foram desvendados nem mesmo na investigação, ou seja, é uma grande responsabilidade!

Transformar histórias reais em entretenimento fictício é uma estratégia comum no mundo cinematográfico. Ao converter algo de conhecimento comum e com comprovações possíveis para as telas, a experiência de se assistir ao filme se torna mais emocionante. Infelizmente, esse também é o motivo para tanta revolta e debates quando o roteiro não segue exatamente os fatos. Mas como já foi dito, a liberdade criativa, a necessidade de segurança e o respeito à  discrição de certos acontecimentos também precisa ser levada em consideração. 

O filme O Lobo Atrás da Porta (2013) retrata a história do sequestro de uma menina de 6 anos no Rio de Janeiro. Você sabia que esse caso fictício foi inspirado no caso Fera da Penha, um crime real? Na trama, certos aspectos são modificados, como a idade da garotinha, nomes e alguns acontecimentos-chave do crime. Apesar disso, a emoção e tensão causada pela história é a mesma, fazendo com que as discrepâncias entre real e fictício sejam anuladas e de deixar um gostinho de quero mais, fazendo com que busquemos curiosidades sobre a tragédia ocorrida em 1960.

Eu sei que ficamos decepcionados quando conhecemos e gostamos muito de uma história, vamos assisti-la no cinema e o que vemos não corresponde às nossas expectativas. Mas, tirando de cena essa quebra, será que o que temos ali não é tão bom quanto… ou até mesmo melhor?

E para os interessados em saber mais sobre as alterações feitas nas produções baseadas em fatos reais, o site Information is Beautiful traz um paralelo bem detalhado entre as modificações feitas nas tramas e a realidade, vale a pena conferir!

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