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Crítica | Onde os Fracos Não Têm Vez

Como uma caçada violenta entre um homem comum, um assassino particular e um xerife pode falar muito sobre a imprevisibilidade da vida e a brutalidade do mundo moderno.

Onde os Fracos Não Têm Vez, adaptação do romance de mesmo nome de Corman Mccarthy, é um filme de 2007 escrito e dirigido pelos irmãos Coen. Narra a história de um caçador que encontra uma grande quantidade de dinheiro em uma cena de crime e começa a ser perseguido por um assassino profissional, enquanto o xerife da pequena cidade tentar resolver o caso e parar a matança. A adaptação foi tão bem recebida que foi premiada com o Oscar de melhor filme, melhor direção, melhor roteiro adaptado e melhor ator coadjuvante para a interpretação de Javier Bardem na premiação de 2008.

A direção dos irmãos Coen está melhor do que nunca. Iniciando com planos abertos, mostrando muito das paisagens, até o momento em que a trama “começa de verdade”, mudando para quadros mais fechados, com closes em detalhes e nas expressões dos personagens. O filme tem um estilo bem peculiar, que é visto bastante em outros diretores como Quentin Tarantino, cuja história não se apresenta de forma muito clara para o espectador, ao passo que você sente como se estivesse apenas acompanhando a vida de algum personagem que contribui muito para uma das mensagens que o filme tenta passar: a vida é imprevisível e o acaso pode acertar qualquer um.

Não podemos deixar de comentar sobre o ponto mais forte do filme: as atuações impecáveis do elenco de atores fantásticos. Josh Brolin interpreta Llewelyn Moss, o personagem principal que acaba encontrando a maleta de dinheiro e caindo de paraquedas nesse conflito. Tommy Lee Jones é o xerife Ed Bell, oficial da lei respeitável e apaixonado pelo seu trabalho, mas que vê o tempo e a idade o deixando para trás. Porém, quem realmente rouba o show é Javier Bardem, o ator espanhol interpreta Anton Chigurh, um assassino frio, metódico e até sádico. O vilão rapidamente se tornou um dos mais marcantes do cinema, graças ao seu visual e seu icônico corte de cabelo que causa um contraste muito desconfortante com sua personalidade brutal.

Reprodução: Onde os fracos não têm vez


É até difícil comentar mais sobre o filme sem citar Chigurh. O personagem torna a produção sua e trás um clima quase de terror. Graças a direção no ponto e aos pequenos trejeitos adicionados por Bardem, você acredita e vê o vilão como um humano, mesmo que monstruoso e com movimentos que lembram uma máquina, isso se deve às cenas que demonstram sua inteligência e o preço que suas ações cobram em seu estado físico. Junto a uma excelente edição de som, as cenas de perseguição criadas com o nosso protagonista nos deixam arrepiados e na ponta da cadeira.

Concluindo – obviamente não irei contar a resolução da trama – vale citar toda a genialidade dos diretores em construir um final que, apesar de polêmico em razão da falta de interpretação de alguns espectadores, exemplifica perfeitamente a principal mensagem do filme e finaliza com um diálogo perfeito, demonstrando que o mundo vem realmente se tornando um lugar onde os fracos não têm vez.

Trailer:

Nota:

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