domingo, maio 19

Banda Baurets: Do funk soul brasileiro ao rock internacional

Com cinco anos de estrada, a banda Baurets mescla ritmos da música brasileira com uma pegada funk soul. Apesar de ter como integrantes fixos o vocalista Geraldo Andrade, conhecido popularmente como Geraldão, e o violonista Marcos Bal, a formação da Baurets varia de acordo com a ocasião, possibilitando a rotatividade entre alguns membros temporários. Por ter essa essência mutável, o grupo já realizou apresentações em duo, trio, quarteto e banda completa.

O projeto teve início em 2017, quando os amigos Geraldão, Marcos e Milton Diorio se uniram com o objetivo de criar um som para levar aos bares de Viçosa. Interpretando canções da música brasileira, os três trouxeram a Baurets à vida durante uma apresentação no Espaço BellaVi, dedicado a eventos sociais e corporativos. A partir dessa experiência, novas oportunidades surgiram, dando espaço para uma flexibilidade de estilos. Segundo Geraldão, o time Baurets é fruto de uma onda coletiva e colaborativa, em que vários músicos têm a chance de explorar e criar juntos. 

Baurets em sua formação atual. (Imagem: Reprodução/Instagram)

O repertório musical engloba grandes nomes do cenário musical brasileiro, tais como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, O Rappa, Tim Maia, Jorge Ben, Ed Motta, Titãs e Paralamas do Sucesso. Outra aposta é o rock internacional, com Led Zeppelin e Dire Straits. De acordo com Bal, até mesmo o axé pode marcar presença nos shows, porque o improviso é uma forte característica da banda:

“Nós começamos a tocar em barzinho e como barzinho é muito imprevisível, a questão do improviso e inspiração vêm daí, vem da reação do público. Então nós improvisamos, tocamos aquela música pedida com nossos arranjos, nossa identidade, dando àquela música a cara da banda.”

Encontros, música e a influência da banda O Rappa

Marcos Bal começou a tocar na igreja, onde fez amizades que o influenciaram a aprender mais sobre o violão. Apaixonado pelo ofício, decidiu aprofundar os estudos em música de forma autodidata e, algumas vezes, com o auxílio de professores que ensinavam instrumentos de corda. Pouco depois, ele passou a tocar junto a bandas de baile, pop e pop rock. 

Com o vocalista Geraldão não foi diferente. Ainda na adolescência, ele conheceu algumas bandas de cabeceira, como Engenheiros do Hawaii e Titãs. O primeiro contato do músico com a banda O Rappa também aconteceu nesse período, quando o grupo se apresentou em Viçosa. Na época, o show aconteceu na casa de shows “Jarbinhas”, hoje substituída pelo estabelecimento Sacolão Center. Em 2003, o intérprete decidiu iniciar sua carreira musical, participando de 7 outras bandas antes de fundar a Baurets.

À esquerda, o violonista Marcos Bal. À direita, o vocalista Geraldão. (Imagem: Reprodução/Instagram)

Quando começou a cantar, Geraldão decidiu incluir as canções de O Rappa em seu repertório. O público não demorou a notar que a voz do artista era muito semelhante à do vocalista Marcelo Falcão, o que rendeu diversos pedidos para que continuasse cantando músicas da banda. Na Baurets, o músico deu um tom pessoal às canções, e ao lado de Marcos e outros colaboradores, decidiu homenagear o grupo com um “Especial O Rappa”.

A apresentação é um sucesso e acontece em várias cidades da Zona da Mata Mineira, contando com quase 40 músicas das várias fases de O Rappa. Para diversificar, os músicos também agregam outras canções à lista, incluindo desde Legião Urbana a clássicos do rock. Com uma produção de destaque, o grupo já participou de diversos eventos tradicionais, como a Semana do Fazendeiro e a comemoração dos 150 anos de Viçosa.

Apresentação da banda Baurets no evento comemorativo aos 150 anos de Viçosa/MG. (Vídeo: Reprodução/Secretaria de Cultura de Viçosa).

Público e profissão

A baurets costuma se apresentar em bares, eventos beneficentes e projetos sociais, mas Geraldo afirma que a expectativa do grupo é conseguir estar mais inserido em festas particulares no futuro. O vocalista aponta que, além de contar com um repertório eclético e que contempla múltiplas gerações, a equipe teve experiências muito positivas com celebrações fechadas. Por meio das músicas, eles conseguem tocar em memórias afetivas do público.

Apostar em uma coletânea mutável e flexível também ajuda a Baurets a permanecer relevante no município, que conta com um perfil musical que se altera com frequência: “Viçosa tem uma particularidade, que é a cena variar muito, tanto no que se refere a estilo, quanto aos grupos. Por essa natureza transitória… Todo ano chega calouro, todo ano forma gente, então há uma rotatividade de pessoas, o que não permite que as cenas vinguem”, comenta Geraldão.

Outro obstáculo local é a inexistência de um padrão mínimo de valorização dos trabalhos musicais. O vocalista destaca que a considerável incidência de novos artistas na cidade acaba gerando precificações divergentes, já que essas pessoas não costumam exigir condições justas devido à falta de experiência. Ainda que o ofício da música seja desafiador, o grupo segue almejando avanços na área, sempre com perseverança e construindo a “passos de formiguinha”.

Por Felipe Azevedo e Thaís Brunelli

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