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Geraldo Camilo Gomes (1934-2020)

Orgulhoso em falar da família, “Fá da Motinha” era morador e uma grande personalidade de Acaiaca.

Geraldo, conhecido também como Fá, sempre se deu bem com todos, “da criança ao idoso”, como bem disse sua filha, Elaine.

Brincalhão, sua marca registrada — além do chapéu e da motinha — era o seu sorriso! Passeava de canto a canto da cidade com o seu quadriciclo, em substituição à sua bicicleta, que acabou ficando pesada demais com o passar dos anos.

Estudou pouco, mas conhecia muito! Trabalhou como sapateiro, encanador, carpinteiro e serralheiro. Em 1972, foi vereador da cidade de Acaiaca, quando ainda nem havia remuneração para este cargo. Nessa época, desenvolveu um amor enorme por sua terra e pelo seu povo.

Mestre de obras, concursado pela Prefeitura, foi um profissional muito requisitado. Mesmo após sua aposentadoria, os prefeitos procuravam Geraldo, antes de iniciar qualquer construção na cidade, para pedir palpites e informações. Tinha verdadeiro prazer em ser útil!

Ensinou a família a tomar todas as decisões em conjunto. Conselheiro, criou e instruiu muito bem seus oito filhos e 15 netos. Sua família sempre foi muito unida! Todos se reuniam, quase que quinzenalmente, em sua casa e era aquela bagunça gostosa! Essa união se deu graças à educação íntegra que o Fá deu a todos eles: ensinou seus filhos a lutar com bravura, a se colocar no lugar do outro e a compartilhar! Não é à toa que era chamado de “meu mestre”.

Fá aguardava ansioso o 40º dia da quarentena — pois, no entendimento dele, após esse tempo, ficaria livre da pandemia e não haveria mais riscos de contaminação — para que, finalmente, pudesse sair de casa e se encontrar com seus amigos em frente ao Poliesportivo, num fim de tarde.

Muito amável, convidou sua neta Isabela para dar um passeio por seus locais preferidos. Mal sabia, que era uma despedida da sua querida cidade.

Partiu em um lindo cortejo para se encontrar com Maria da Conceição, sua esposa, muito orgulhoso em deixar seus filhos e netos bem-encaminhados, pois, segundo ele, “são todos bons de serviço”.

Geraldo nasceu em Furquim (MG) e faleceu em Ponte Nova (MG), aos 85 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Geraldo, Elaine das Dores Gomes Machado, para Aline Brites. Publicado no portal inumeraveis.com.br em 11 de julho de 2020.

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