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Crítica: Missa da Meia Noite

Uma história consistente que mistura um terror diferente e temas como fanatismo religioso e fundamentalismo

Dos mesmos produtores de “A Maldição da Residência Hiil” e “A Maldição da Mansão Bly”. A nova minissérie de terror original Netflix, Missa da Meia Noite acompanha a história de Riley Flynn, que retornou depois de muitos anos para sua pacata cidade natal, após tentar sucesso na cidade grande e acabar se envolvendo em um acidente que matou uma jovem. Com a também recente chegada de Paul – o novo padre da comunidade – um homem carismático e misterioso, eventos milagrosos e presságios assustadores começam a assolar o vilarejo de Crockett, causando comoção entre os moradores da pequena ilha.

Mais uma vez o sobrenatural criado por Mike Flanagan, mostra que uma boa história de terror não é feita apenas de jumpscares. Com um roteiro bem estruturado, Mike desenvolve a narrativa lidando com diferentes tipos de emoções e elevando todas a máxima potência. Uma trama, com referências a Drácula de Bram Stoker e Stephen King, traz um terror mais psicológico e concreto para dialogar com temas como os perigos do fanatismo religioso e o fundamentalismo que pode cegar as pessoas mais vulneráveis. Entretanto para trabalhar de maneira inteligente a proposta, sua maior referência foi de fato a Bíblia Sagrada, embutindo em cada episódio diversas simbologias referentes aos textos bíblicos.

Reprodução: Internet

A ambientação desenvolvida por Flanagan é, sem dúvida, um dos pontos altos da produção. Utilizando de uma bela fotografia mais fria e escura, a história se passa em uma cidade moribunda e nitidamente sufocante, o que é ainda mais reforçado pelos personagens que ali vivem. E por muitas vezes as cores são utilizadas para caracterizar fervor de seus fíéis e condicionar o medo em sua audiência. A estruturação de seu casting foi essencial para que esse incomodo palpável da história fosse transmitido para o telespectador, as atuações do elenco foram muito bem executadas tendo seu ponto forte na personagem beata Beaverly Keane (Samantha Sloyan).

Outro ponto que vale ser destacado são os diálogos vorazes que compactuam com o clima sinistro desenvolvido para a trama. O diretor soube utilizar de jogos de câmera para acentuar e envolver a audiência ainda mais nos momentos de aflição, que são condicionados por tais diálogos. Juntamente com uma trilha sonora bem cuidadosa e trabalhada, a minissérie se torna um prato cheio para os amantes do horror psicológico. 

Em resumo: Missa da Meia Noite cumpre sua proposta com maestria, entregando um ótimo trabalho nas diversas esferas cinematográfica. Vale a pena ser assistida nesse dia 31 de Halloween.

https://www.youtube.com/watch?v=cspyDWJfly8

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