Opinião | O momento de ascensão de mulheres no automobilismo

Reprodução: formula1.com

Mulheres estão ocupando espaços anteriormente preenchidos apenas por homens em categorias de esportes a motor

Desde a criação de suas diferentes categorias, os esportes automotores sempre tiveram uma participação majoritária de homens em seus diversos, cargos desde pilotos até chefes de equipe. Mas essa realidade vem mudando ao longo do tempo.

A formação da F1 academy, categoria exclusivamente feminina que visa facilitar o acesso feminino às categorias de elite, em novembro de 2022, representa uma preocupação com a participação feminina nesses esportes e um avanço muito expressivo para um número maior de mulheres nesses cargos.

Além desse campeonato, as mulheres estão conquistando mais espaço nas categorias de base do automobilismo, como a Fórmula 3 e Fórmula 2, mesmo que aos poucos.

Entre as mulheres que ganharam destaque no mundo automobilístico estão: Lella Lombardi, primeira e única mulher a pontuar na fórmula 1, Susie Wolff, ex-piloto e diretora administrativa da F1 academy, Maria Teresa de Filippis, primeira mulher a disputar uma corrida de Fórmula 1, entre muitas outras.

Nesse tópico, se destacam as brasileiras Aurelia Nobels e Rafaela Ferreira, que garantiram um assento para a temporada de 2025 na F1 academy, correndo pela ART Grand Prix e pela Campos Racing, respectivamente.

Reprodução: Gabriel Alves / EG

Mesmo com todos esses avanços, o meio do automobilismo segue sendo um dos meios mais preconceituoso com mulheres, o que torna tudo muito mais difícil para elas chegarem agora onde homens chegam há no mínimo 70 anos.

Um exemplo recente dessa dificuldade foi o encerramento da W series, categoria de monoposto feminina que durou apenas 3 temporadas, tendo seu cancelamento ao final de 2022 por falta de patrocinadores. Além disso, toda infraestrutura das competições são pensadas de homens para homens.

De qualquer forma, é inegável o apoio que mulheres estão recebendo para se fazerem cada vez mais presentes no automobilismo apesar de todo preconceito. Diversos projetos foram criados visando a permanência dessa diversidade nos esportes a motor, não apenas de mulheres mas de outras minorias, e estão sendo apoiados por pilotos e engenheiros.

Ainda estamos andando a passos lentos, mas não significa que não estamos andando em direção à maior participação das mulheres no automobilismo. Essa participação traria novas perspectivas para esses esportes e valorizaria a diversidade de pessoas no paddock, estando elas em cargos de pilotos, engenheiras, aerodinamicistas ou chefes de equipe.