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Redação Analisa | O mundo precisa de tantas cinebiografias?

Estaria Hollywood sem ideias ou a indústria apenas descobriu o caminho para o sucesso?

Beatles, Michael Jackson, Madonna e Bruce Springsteen. Além de carreiras musicais brilhantes, esses quatro nomes possuem outra coisa em comum: todos terão suas histórias contadas nas telas.

Nos últimos tempos, seguidos dos filmes de super-herois e remakes, acompanhamos um boom de biopics, como o gênero é chamado fora do Brasil, estreando no cinema e no streaming. Logo, parece meio óbvia a obsessão hollywoodiana em produzir longas sobre pessoas famosas.

O cinema nacional também não escapa das tendências mundiais. Homem com H (2025) e Meu Nome é Gal (2023), que retratam a vida e obra de Ney Matogrosso e Gal Costa, respectivamente, aumentam a lista de filmes desse tipo lançados recentemente.

Mas, por que agora?

Homem com H (2025). Reprodução: Google

De início, a relação da indústria cinematográfica com biografias remonta do início do século XX. Joana D’Arc, Edgar Allan Poe e Cleópatra são exemplos de figuras históricas que já foram representadas quando o cinema ainda era mudo.

Contudo, na era dos paparazzi, o modo como o mundo consome cultura pop mudou significativamente, afetando as relações construídas entre os fãs e as celebridades. Ao longo dos anos, a comoção em torno dos ídolos foi aumentando e o interesse em suas vidas também.

Com as biopics, os fãs ganham a chance de conhecer um pouco mais a fundo, ainda que de forma ficcionalizada, a trajetória destes ícones. Porém, como nada é de graça, Hollywood enxergou na paixão por um artista uma ótima oportunidade de lucros.

Bohemian Rhapsody (2018). Reprodução: Google

Quando lançado em 2018, Bohemian Rhapsody (2018) arrecadou mais de US$910 milhões, em contrapartida com os US$52 milhões usados na produção, sendo considerada a cinebiografia musical mais rentável, até o momento, pela Billboard. Nesse mesmo caminho, Elvis (2022) arrecadou US$288 milhões, tendo custado US$85 milhões.

Ainda, os estúdios perceberam a preferência da Academia por esse tipo de longa. A biopic de Freddie Mercury, por exemplo, além de arrecadar quase US$1 bilhão, também conseguiu levar 4 estatuetas do Oscar em 2019, incluindo a de Melhor Filme e Melhor Ator. Neste ano, Um Completo Desconhecido (2024), filme sobre Bob Dylan protagonizado por Timothée Chalamet, foi indicado em 8 categorias.

Um Completo Desconhecido (2024). Reprodução: Google

Com as mudanças contínuas no padrão de consumo dos espectadores e uma recessão econômica, não é difícil perceber que o maior desejo da indústria hollywoodiana, no momento, são os investimentos seguros. Portanto, mesmo sendo difícil prever se as cinebiografias serão para sempre a mina de ouro do cinema, sem dúvidas elas têm se mostrado o caminho mais estável para o sucesso.

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