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Crítica: A Morte te Dá Parabéns

Em uma mistura entre slasher movies e comédia, longa se mostra mais inteligente do que anuncia a produção

 

A premissa do filme A Morte te Dá Parabéns não é algo inédito. Feitiço do Tempo, Antes que Eu Vá e até mesmo o drama de guerra No Limite do Amanhã apresentam também o protagonista em um looping temporal, sempre revivendo o mesmo dia. A ideia de jovens fugindo de um assassino mascarado também foi mostrado em Sexta-Feira 13 e em Pânico. Redenção de personagem é algo ainda mais comum em roteiros. A grande sacada do diretor Christopher B. Landon, no entanto, é conseguir equilibrar tudo isso e entregar um terror inteligente e engraçado, algo raro desde o início dos anos 2000.

O longa é produzido pela Blumhouse, responsável por outros filmes rápidos e de baixo orçamento no intuito de gerar lucro, sempre mesclando o que o público quer ver com o que os cineastas querem contar. Ligada à produtora está sucessos como Corra!, O Espelho, Fragmentado, Atividade Paranormal e Uma Noite de Crime. Aqui, Landon se junta a Scott Lobdell para contar a história de Tree (Jéssica Rothe), uma universitária egocêntrica que morre no dia de seu aniversário pelas mãos de uma pessoa mascarada, apenas para acordar na manhã do mesmo dia e ser obrigada a reviver tudo.

Ao mesmo tempo que foge da óbvia sequência de sustos reforçados por sons, ainda é um terror inocente, sem intenção de inaugurar uma nova era do gênero. Há certos pontos do enredo que parecem desnecessários e outros que deixam uma ponta solta, mas isso se perde ao decorrer dos minutos, enquanto o espectador se diverte com as surpresas e distrações que prosseguem. A patricinha da irmandade tem uma introdução clichê, mas apesar da protagonista ser caricata, com reações exageradas, isso combina com o tom da trama e cumpre o papel de entreter.

A atuação de Rothe, inclusive, é algo a ser positivamente considerado. A atriz, coadjuvante em La La Land, parece se divertir no papel de Tree, fazendo caras e bocas nos momentos certos e acompanhando a mistura de gêneros. O restante do elenco, apesar de não haver um destaque louvável, é bem escolhido e consegue sustentar a narrativa. Quanto à fotografia, ela é mais genérica, mas com criativas transições de cenas. Brincando com estereótipos para se tornar uma sátira a todos os gêneros, A Morte te Dá Parabéns se preocupar mais com coerência e personalidade do que ambição ou criatividade no gênero já batido, entregando assim uma alternativa ao público que exige renovação a toda hora e já está cansado da antiga fórmula.

 

 

Nota do filme:

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