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Focca http://www.jornalismo.ufv.br/focca Folha Online de Ciência e Cultura Sat, 31 Oct 2020 15:00:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.1.18 http://www.jornalismo.ufv.br/focca/wp-content/uploads/2019/04/cropped-favicon-32x32.png Focca http://www.jornalismo.ufv.br/focca 32 32 Inteligência Artificial, Jogos e Processos de Aprendizagem http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/08/11/inteligencia-artificial-jogos-e-processos-de-aprendizagem/ http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/08/11/inteligencia-artificial-jogos-e-processos-de-aprendizagem/#respond Sun, 11 Aug 2019 18:03:14 +0000 http://www.jornalismo.ufv.br/focca/?p=886 Como trabalhos desenvolvidos na Universidade Federal de Viçosa relacionam campos aparentemente tão distintos

Quando o assunto é inteligência artificial, muita gente imagina cenários pós-apocalípticos no melhor estilo “O exterminador do futuro”, onde as máquinas possuem autonomia suficiente para subjugar a raça humana. A realidade ainda não é bem assim e o nosso cenário se encontra muito distante dessas possibilidades. Atualmente, os robôs que conseguimos desenvolver possuem pouca autonomia e são programados para realizar tarefas muito específicas, como escolher o melhor anúncio relacionado a suas pesquisas no Google ou agendar um horário em salão de cabeleireiro, por exemplo.

O professor Levi Lelis, do Departamento de Informática da UFV, é especialista na área e trabalha desenvolvendo métodos que aprendem a lidar com problemas sozinhos e que interajam com pessoas enfrentando o mesmo problema. Levi exemplifica que, em um hospital, um médico poderia utilizar a ajuda de um robô para a realização de uma cirurgia, ou de um programa para executar o diagnóstico. Dessa forma, combinando as informações processadas pelo computador e as ações executadas pelo robô, ele teria condições de melhorar as decisões tomadas naquela situação.

O problema nesse exemplo, contudo, está no alto custo. Erros em um cenário como este custam muito caro. Uma solução para desenvolver estes sistemas que auxiliam na resolução de problemas é testá-los em jogos.  Além de serem relativamente fáceis de codificar, os jogos permitem que o pesquisador observe visualmente o que está acontecendo e entenda o que está funcionando e o que não está. Nesse processo, chamado de depurar o código, quando é constatado que algo não está funcionando, o desenvolvedor provavelmente descobre na hora os motivos do não funcionamento.

Rubens de Oliveira, doutorando do Departamento de Informática ressalta que, apesar da facilidade para rodar, criar e experimentar os algoritmos em jogos, isso não significa que o que está sendo desenvolvido está muito longe do mundo real. Segundo ele, existem jogos que permitem um nível de complexidade tão alto quanto se fossem realizados testes com um robô interagindo com a realidade. Por isso, a escolha de trabalhar com os jogos se torna possível e economicamente mais viável. Ele propõe, por exemplo, um sistema para treinamento de motoristas em que, no mundo real, em um exame prático, o aluno pode sofrer acidentes e causar perdas. O programa poderia simular a realidade em um nível de complexidade alto e, além disso, identificar as falhas que o usuário tem cometido, na tentativa de melhorar o nível de aprendizagem.

Uma outra perspectiva, que guia os trabalhos de Inteligência Artificial atrelada a jogos, é um pouco mais filosófica. Jogos sempre foram vistos como uma atividade humana que requer inteligência. “Se você consegue criar um sistema capaz de jogar um jogo ou aprender a jogar um jogo, tem um pouco de inteligência por trás disso. E criar um sistema que é tão inteligente quanto uma pessoa ao ponto de jogar um jogo, ou derivar uma estratégia dentro desse jogo é algo que a gente considera brilhante”, conta Levi.

Em Março de 2016, AlphaGo, um programa de computador desenvolvido pela empresa  DeepMind Technologies Limited, da Google, venceu contra o, na época, 18 vezes campeão do jogo Go, Lee Sedol. Go é um jogo de tabuleiro milenar oriental e era considerado a próxima barreira a ser conquistada pela Inteligência Artificial. Antes disso, o último jogo em que uma IA conseguia ser boa o suficiente para derrotar profissionais humanos era o Xadrez. Essa conquista havia sido feita em 1997, contra Garry Kasparov, considerado o melhor jogador de todos os tempos. Apesar da janela de quase 20 anos, ainda estimava-se que seria necessária, pelo menos, mais uma década para que uma vitória no Go acontecesse.

O jogo é muito mais complexo que o Xadrez, pois o número de possibilidades de ação é muito maior e ele demanda do jogador um certo nível de intuição, o que representava o maior desafio para o desenvolvimento do AlphaGo. “É mais que só a inteligência, é associar a uma inteligência criativa, algo muito próximo do que a gente vê com o ser humano quando ele joga, porque ele põe mais do que só uma habilidade, ele tem uma criatividade, um sentimento, que foram desenvolvidos”, destaca Rubens.

Um trabalho similar ao realizado pelo AlphaGo tem sido orientado pelo professor Levi. A proposta é que o programa consiga reconhecer padrões de jogadas de Curling e analisar possíveis futuros até que encontre o mais satisfatório para ele e decida que movimento realizar. Curling é um esporte praticado no gelo, cujo objetivo é lançar pedras de granito o mais perto possível de um alvo, com a ajuda de varredores. O sistema desenvolvido na Universidade funciona com um conjunto de imagens em que o sistema exibe os motivos que o levaram a tomar determinada decisão naquele momento do jogo.

O programa conta com um simulador do jogo, que leva em consideração as possíveis interferências que ocorrem no mundo real, o que é chamado de modelo de ruído. Dessa forma, o sistema não sabe o que vai acontecer de maneira exata, mas sim o que pode acontecer com base no que o jogador está tentando fazer. Além disso, foi desenvolvido também um outro sistema que explica o processo de escolha feito pela simulação. Os sistemas foram testados com dois grupos de pessoas, um grupo controle, que vê a jogada escolhida pelo sistema, e um grupo tratamento, que possui acesso a jogada e a explicação da jogada. Em seguida, foram aplicados questionários de múltipla escolha com situações de tomadas de decisão no Curling, e foi constatado que as pessoas no grupo tratamento aprenderam estratégias mais rapidamente e conseguiriam jogar melhor. Levi explica que “A ideia, de maneira geral, é você aprender com o sistema inteligente a executar uma tarefa e, posteriormente, treinar pessoas para fazer essa tarefa, talvez tão bem quanto o sistema”.

Rubens e Julian Ricardo, doutorando da USP e pesquisador colaborador da UFV, trabalham com outro jogo, e a ideia é que eles criem um programa capaz de jogar esse jogo. Eles ainda estão na fase de planejamento em que tentam otimizar o processo de tomada de decisões do programa. Se o jogo oferece muitas possibilidades de ação, é interessante que o programa consiga abstrair as que não são tão interessantes sem a necessidade de analisar cada uma delas. Os algoritmos criados por eles reduzem essas possibilidades de ações, de tal forma que o programa leva menos tempo para tomar uma decisão.

Posteriormente, pretende-se olhar para essas decisões tomadas na tentativa de que um ser humano possa entender e aplicar o funcionamento destes processos. Desta forma, o sistema estaria ensinando o usuário a melhorar decisões, com base nos comportamentos reconhecidos por ele. O contrário também pode acontecer, o sistema pode estar em contato com um ser humano que toma uma decisão inesperada. Caso o resultado seja satisfatório, o programa vai aprender com essa pessoa, e vai replicar essa estratégia quando se fizer necessário. Este processo é  denominado de aprendizagem por demonstração.

Outro exemplo de pesquisa na linha da aprendizagem, relacionada a Inteligência Artificial, é chamado de geração de currículo. Um currículo, assim como as “Diretrizes Curriculares de Ensino”, por exemplo, é uma indicação de que etapas de aprendizagem devem ser superadas em determinado estado. O Professor Levi desenvolve um sistema que aprendeu a solucionar quebra-cabeças no jogo The Witness. O jogo não te ensina a resolver estes quebra-cabeças, mas funciona de maneira que o usuário começa resolvendo os mais simples primeiro para que entenda a mecânica do jogo e resolva os mais difíceis.

O sistema, após aprender a solucionar um tipo de quebra-cabeças, passou a solucionar cerca de 200 outros quebra-cabeças. Durante esse processo ele aprende a mecânica de funcionamento do jogo e desenvolve estratégias para solução de problemas. O resultado é a observação de quais problemas o sistema enfrentou mais dificuldade e a ordem de solução destes. A partir disso, é gerado um currículo, que será aplicado em testes que funcionam de maneira parecida com o trabalho citado anteriormente. Um grupo terá acesso a uma ordem aleatória de solução dos quebra-cabeças e o outro terá acesso ao currículo gerado pelo sistema. Espera-se que a ordem escolhida pelo sistema possibilite as pessoas a aprenderem mais rápido.

Apesar das grandes contribuições dos trabalhos orientados pelo professor Levi, ele ressalta que o financiamento para manutenção dos custos das pesquisas estão cada vez mais escassos. Além da necessidade da utilização de equipamentos emprestados por outras instituições, Levi conta que as publicações acadêmicas na Ciência da Computação circulam mais em conferências internacionais que em revistas científicas. Os auxílios providos pela universidade nem sempre se mostram suficientes para cobrir as despesas gastas com as viagens e cabe aos próprios pesquisadores pagarem pela participação nos eventos. A suspensão das bolsas da FAPEMIG em fevereiro deste ano também afetou diretamente o recém criado programa de doutorado do Departamento de Informática, uma vez que a maioria das bolsas eram novas, portanto sem possibilidade de renovação. A situação do incentivo para as pesquisas em IA são reflexo do cenário de descaso com a produção de conhecimento científico presente no Brasil atualmente.

]]> http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/08/11/inteligencia-artificial-jogos-e-processos-de-aprendizagem/feed/ 0 Projeto Amana promove uso sustentável da água nas escolas http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/05/projeto-amana-promove-uso-sustentavel-da-agua-nas-escolas/ http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/05/projeto-amana-promove-uso-sustentavel-da-agua-nas-escolas/#respond Fri, 05 Jul 2019 19:46:10 +0000 http://www.jornalismo.ufv.br/focca/?p=1444 Já é quase parte da rotina ficar com pouca disponibilidade de água na estação seca, sempre na segunda metade do ano, em Viçosa — MG. Segundo um artigo publicado em 2018, pelos alunos da Universidade Federal de Viçosa, as principais causas para este problema são o crescimento e ocupação urbana desordenada, o que levaram também ao aumento do número de condomínios nas áreas de recarga da Bacia de São Bartolomeu, principal bacia hídrica da região, e consequentemente afetaram a disponibilidade de recursos hídricos para o uso da água na cidade. Sem surpresa, a população que mais sofre com esse fenômeno é a que vive afastada do centro, em bairros periféricos. Pensando nisso, o núcleo viçosense do projeto Engenheiros sem Fronteiras desenvolveu uma solução para impedir que as aulas nas escolas desses bairros sejam comprometidas. É o Amana, cujo nome significa “água da chuva” em tupi-guarani.

O projeto

Iniciado em 2017, o projeto se propõe a promover o uso sustentável da água, captando e armazenando a água da chuva para que seja utilizada no período de seca, além de realizar a conscientização das pessoas a respeito do uso da água. Ele já foi implantado com sucesso nas escolas Doutor Januário de Andrade Fontes, Almiro Paraíso, Professor Pedro Gomide Filho e na Associação Assistencial e Promocional da Pastoral da Oração de Viçosa (APOV).

O Amana não é financiado por nenhum órgão e se sustenta por meio de parcerias, como organizadores de eventos que autorizam a venda de tickets e/ou copos dos Engenheiros Sem Fronteiras a fim de arrecadar dinheiro.

Módulos de captação da água

Para esta captação, a ideia é simples: acopla-se ao sistema de calhas da instituição um sistema constituído por filtros, um sistema de descarte e um reservatório de água. O filtro remove as impurezas maiores, como folhas e galhos e o descarte remove as pequenas impurezas, como a poeira acumulada em telhados e que consequentemente vão para as calhas. Por final, a água é levada a um reservatório tampado e que pode ser higienizado periodicamente. Recomenda-se o uso de água sanitária proporcional ao volume do reservatório para diminuir o risco de proliferação de patógenos. O volume do reservatório varia, pois depende de um cálculo feito através da precipitação média da cidade, multiplicado pelo tamanho da superfície que recebe a água, subtraído do consumo médio do local.

Os estudantes de engenharia participantes frisam que essa água não é própria para o consumo, mas pode ser utilizada para irrigação nas áreas de plantio, jardinagem, descarga em vasos sanitários e limpeza, evitando assim o desperdício da água tratada. Eles ainda ressaltam que os equipamentos utilizados são de baixo custo e na maioria produzidos manualmente. O primeiro módulo a ser implantado foi na própria sede do ESF – Viçosa, a fim de verificar a capacidade do módulo. Logo em seguida eles partiram para as escolas citadas anteriormente, sendo implantadas gradativamente.

Resultados e vivências

Segundo os alunos participantes, desde à criação do projeto em 2017, a implantação do módulo na sede, as expectativas foram alcançadas e só melhoraram com o avanço nas escolas. A primeira escola a receber o sistema de captação de água, Escola Municipal Almiro Paraíso, enfrentava sérios problemas pela falta d’água, principalmente por situar na zona rural e depender de poço com água contaminada. Após o sistema de captação de água da chuva, a escola economizou água e teve maior disponibilidade hídrica mesmo na época de estiagem.

Um resultado ainda é mais surpreendente foi atuação dos ESF no Centro Municipal de Educação Doutor Januário de Andrade Fortes que possui cerca de 900 pessoas na instituição, considerando alunos e funcionários. Lá foi instalado um sistema que suportava 4500 litros e promoveu mais da metade da economia de água na escola, além de maior disponibilidade no período de estiagem.

Para a estudante de Engenharia de Produção e diretora geral do Engenheiros Sem Fronteiras, Nina Junqueira Ferracioli, o projeto tem sido muito gratificante, pois os retornos que eles têm para as instituições são muito impactantes. “Com uma chuva forte no período de estiagem a gente consegue encher o reservatório de mais ou menos 5 mil litros e que consegue manter a instituição por muito tempo até a próxima chuva.”, comenta.

O Amana, além ter um grande retorno na cidade também é gratificado fora da cidade. Em 2018, ele foi premiado como melhor projeto do Brasil na área de Tecnologias Sustentáveis. “Ganhar este projeto foi uma grande experiência, pois tivemos reconhecimento naquilo que aprendemos na sala de aula. Isso tudo só nos motiva a continuar e a ampliar o Amana em Viçosa.”, completa Nina.

E para quem ficou interessado em se voluntariar no Amana, há dois processos seletivos por ano. Eles abrem sempre no começo de cada período, e o aluno deve se candidatar na área “Membros de projetos”, não necessitando em se candidatar para o ESF – Viçosa geral. Para mais informações, acesse a página no Facebook do ESF – Núcleo Viçosa.

 

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Projeto da Engenharia Florestal oferece oportunidade de contato com a natureza http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/05/projeto-da-engenharia-florestal-oferece-oportunidade-de-contato-com-a-natureza/ http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/05/projeto-da-engenharia-florestal-oferece-oportunidade-de-contato-com-a-natureza/#respond Fri, 05 Jul 2019 19:11:55 +0000 http://www.jornalismo.ufv.br/focca/?p=1441 Para aqueles que gostam de estar em contato com a natureza, fazer trilhas e ainda conhecer mais sobre a fauna e flora da região, o Grupo de Educação Ambiental e Interpretação da UFV (GEIA) proporciona esta experiência por meio da utilização da Estação de Pesquisa, Treinamento e Educação Ambiental da Mata do Paraíso, uma reserva situada na comunidade do Paraíso, em Viçosa – MG. 

O grupo é um dos projetos do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa e é voltado para a educação ambiental, principalmente às pessoas leigas no assunto. 

 

Sobre a Mata do Paraíso

 

Antes de ser responsabilidade da UFV, a Mata do Paraíso, há cerca de 100 anos, era uma fazenda que pertencia a um grande proprietário da região. Com sua morte e por diversas circunstâncias, a localidade ficou sob as diretrizes da Prefeitura Municipal de Viçosa, que, após algum tempo, decidiu deixá-la para a Universidade, pois percebeu seu interesse em fazer pesquisas e realizar atividades no local. 

São 400 hectares reserva de Mata Atlântica, sendo 200 ha pertencentes à Estação da UFV, que abriga diversas espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção, além de proteger as nascentes do Córrego Santa Catarina, um dos afluentes do Rio São Bartolomeu.

Além de ser uma reserva de uma mata ameaçada, ela é considerada como um laboratório natural para o desenvolvimento do aprendizado in situ, ou seja, aprendizado no próprio local, com fontes e dados concretos ao vivo, tanto para os estudante de Engenharia Florestal quanto para os interessados em visitá-la.

 

GEIA-MATA como meio de integração ambiental

 

Criado em 2003, o Grupo de Educação e Interpretação Ambiental (GEIA) possui o objetivo de educar ambientalmente as pessoas, incentivar o maior contato com a natureza e a construir uma postura correta e sustentável perante meio ambiente. Dentre as principais atividades, o grupo realiza rodas conversas, atividades recreativas, trilhas interpretativas e guia na Mata do Paraíso. Seu público-alvo são alunos de educação infantil e médio das escolas de Viçosa e região, reforçando temas vistos em sala de aula, o que desperta maior interesse e qualidade no ensino aos alunos e seus familiares. Além deste público, o grupo atende qualquer pessoa que deseja conhecer a Mata do Paraíso, desde que tenha agendado auxílio de um guia, ou seja, de um dos integrantes do GEIA. 

Para Mary Mar Isidora, participante do GEIA desde 2017, o projeto possui grande relevância aos estudantes da graduação como também para toda população de Viçosa e região que tem a oportunidade de entrar em contato com a natureza, conhecer as espécies e integrar ao meio ambiente de maneira sustentável. “As pessoas precisam ocupar as matas, precisam conhecer nossa fauna e flora de maneira consciente. Os viçosenses não precisam ir tão longe em busca de lazer quando bem ali na comunidade do Paraíso há a Mata do Paraíso que permite fazer trilhas e piqueniques.”, ela completa. 

O projeto é aberto e, para participar, não é necessária inscrição prévia, bastando comparecer às reuniões. Não há restrição de curso. Mais informações podem ser obtidas na página do projeto no Facebook.

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Iniciativa promove fortalecimento da agroecologia em Viçosa e região http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/04/iniciativa-promove-fortalecimento-da-agroecologia-em-vicosa-e-regiao/ http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/04/iniciativa-promove-fortalecimento-da-agroecologia-em-vicosa-e-regiao/#respond Thu, 04 Jul 2019 12:23:54 +0000 http://www.jornalismo.ufv.br/focca/?p=1435 Diante da necessidade de se fortalecer e intensificar as ações dos Grupos Agroecológicos em Viçosa (MG), foi composto o Mutirão Ciranda, uma forma de atrair novos sujeitos, de repensar o aprender e refletir sobre o papel dos estudantes enquanto sujeitos transformadores. Em 2008,  criou-se o Coletivo Agroecológico Mutirão Ciranda, que tem como objetivo potencializar ações já existentes e criar novas demandas para fortalecer a formação e a divulgação da agroecologia e da cultura popular em todo o Campus da UFV e região.

A Agroecologia surge no projeto como um enfrentamento ao agronegócio por reivindicar a perda de direitos da economia e da política, sendo assim faz-se necessário a parceria entre o campo e a cidade, principalmente a saberes ligados à vida no campo e nas florestas.

Tanto estudantes de graduação quanto de mestrado e doutorado  fazem parte desse equipe, porém mais ativamente encontram-se os estudantes dos cursos de Agronomia, Engenharia Florestal e Zootecnia.

Segundo Clara Soares, integrante do projeto desde 2014, a proposta do coletivo é “vivenciar a prática um dos outros, potencializar e executar os projetos desenvolvidos por cada grupo de forma mais coletiva. Sentir cada vez mais a necessidade de estar trabalhando em conjunto e unir conhecimentos”.

O Mutirão Ciranda conta com parcerias para que tenham contato com tais comunidades, porém essa parceria muita vezes dificulta o acesso por criar dificuldades em novas formas de articulação,  diálogo e aproximação.

Sendo assim, o coletivo se preocupa, principalmente, com a coletividade das pessoas com objetivos de um bem maior, a integração de conhecimentos, o processar de atividades concentradas no Campus da Universidade Federal de Viçosa, podendo assim abraçar outras causas.

 

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Movimentos Sociais em Movimento http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/04/movimentos-sociais-em-movimento/ http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/04/movimentos-sociais-em-movimento/#respond Thu, 04 Jul 2019 05:12:19 +0000 http://www.jornalismo.ufv.br/focca/?p=1429 Em nossa sociedade há inúmeras maneiras de se colocar e reivindicar tanto suas ideias e ideais quanto os seus direitos, e uma das formas de se fazer isso é por meios dos Movimentos Sociais. Eles são categorizados como uma organização civil que tem como objetivo alcançar mudanças sociais através do embate político, das mais diversas naturezas, dentro de uma certa sociedade e contexto específico.

Podemos subdividir os Movimentos Sociais em alguns ‘grupos’, como os políticos, ligados normalmente a um partido e ou ideologia; os identitários, ligados à raça, gênero, sexualidade, etc; e os culturais, que buscam reafirmar ou trazer elementos de diferentes culturas. 

No Brasil, percebemos o surgimento desses Movimentos conectados com a busca de melhoria de vida dos trabalhadores e dos grupos sociais mais explorados. A princípio eles eram muito ligados a área rural, uma vez que grande parte da sociedade brasileira vivia em ambientes agrários. 

Dentro dos Movimentos Sociais, tem-se o Movimento Estudantil (ME). Como o próprio nome já indica, ele é uma organização de estudantes que visam pensar, problematizar e atuar através de ações na Educação, sempre em consonância com as lutas gerais da sociedade. 

De acordo com a pesquisadora Maria da Glória Gohn:

“Os Movimentos Sociais são ações sociopolíticas construídas por atores sociais coletivos pertencentes a diferentes classes e grupos sociais, articulados e criando um campo de força social (…) essas ações criam uma identidade coletiva para o movimento a partir de interesses em comum, da solidariedade e de valores compartilhados em espaços coletivos não institucionalizados. Propiciam mudanças, transformações e inovações na sociedade, participando da luta política do país.”

Por abarcar tudo isso, caracteriza-se então como um MS e pode ter um caráter tanto conservador, quanto progressista.

As universidades brasileiras são compostas por grupos diversos de pessoas e por conta disso é lido como um espaço de luta ideológica entre projetos distintos de educação e sociedade. E, é por isso que afirmamos que existem diferentes e até opostos movimentos no interior dessas instituições, o que cria espaço para o fortalecimento tanto do conservadorismo como de movimentos mais progressistas.

Historicamente, os estudantes brasileiros mostraram uma enorme capacidade de mobilização e organização no que diz respeito à denúncia de problemas sociais e até mesmo educacionais. E, por conta disso, muitas mudanças foram realizadas na sociedade brasileira. 

 

O contexto de Viçosa – MG

 

No caso da UFV, temos uma pluralidade bem significativa de formas de organização estudantil, como os Centros Acadêmicos, os coletivos e grupos temáticos, culturais, desportivos (como a liga das atléticas) e afins. Mas, no que diz respeito ao ME, destacamos os que estão inseridos no Diretório Central dos Estudantes (DCE) e consequentemente no Conselho Estudantil, aqui conhecido pela sigla CoE, pelo fato de terem uma atuação mais política e em consonância com a sociedade.

Uma das primeiras ações do ME na UFV e a mais emblemática também, foi a Marcha Nico Lopes, que aconteceu pela primeira vez em 1929, quando a UFV ainda era chamada de Escola Superior de Agricultura e Veterinária (ESAV). Nas primeiras décadas, o objetivo da Marcha era realizar um rito de passagem de calouro para veterano. Os estudantes atravessavam a Escola e a cidade, carregando faixas e cartazes de suas bandeiras de luta, encerrando no bar Nico Lopes, que era gerido por um senhor muito aclamado pelos estudantes da época. Após a sua morte, a Marcha recebeu seu nome como forma de homenagem.

 

  • Em 1934 aconteceu a primeira eleição de diretoria do ‘Centro dos Estudantes’ e trinta anos depois, o estudante que na época foi eleito como presidente, o Geraldo Oscar Domingues Machado, se tornou reitor da Universidade Rural do Estado de Minas Gerais. Em 1935 foi fundada a Associação de Ex-alunos da ESAV.

 

  • Em 1945 os estudantes criaram um jornal intitulado “O Bonde”, que foi publicado até 1963. Esse jornal tinha o objetivo de falar sobre o cotidiano da vida escolar e social da época de diversas formas, trazendo debates relevantes. Eles também usavam o espaço do jornal como tentativa de integralizar a comunidade universitária sempre chamando para eventos e ações. O jornal também continha explicações e repasses sobre o que estava acontecendo no ME e informações administrativas. Era um jornal com muitas charges, caricaturas, imagens, manifestações críticas e humorísticas. 

 

  • Em 1949, os estudantes tiveram outra enorme conquista que foi a construção da Piscina do DCE, feita pelos próprios estudantes.

 

  • Nos anos 50, com a criação do curso de Economia Doméstica, tem-se o aparecimento das mulheres atuando no ME-UFV. Na época, as estudantes tinham muitas reivindicações a respeito do regime de internato usado pela instituição – exemplos de práticas desse regime era a proibição de se usar calça, de ter conversa nos quartos à noite e os lugares marcados para sentar no refeitório.

 

  • Mas, foi dos anos 60 a 70 que o Movimento Estudantil de fato se demarcou e entrou pra história do país. Conhecidos como anos de chumbo, essa foi a época em que o primeiro golpe civil militar aconteceu e a primeira ação do mesmo foi metralhar e incendiar a sede da União dos Estudantes no Rio de Janeiro. Os militantes foram extremamente perseguidos e as entidades que compunham o ME foram declaradas ilegais pelo então governo. 

 

Mesmo nesse contexto, a mobilização dos estudantes da UFV continuou. Os jornais permaneceram sendo produzidos, porém na clandestinidade, e o Diretório Central dos Estudantes foi fundado. Em 19 de maio de 1977 aconteceram atos estudantis a nível nacional, aquele foi o dia Nacional de Luta e ele contou com a participação de estudantes da UFV. Por conta disso, carros do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), órgão do então governo, ficaram estacionados nas 4 pilastras o dia todo. Esse acontecimento só reforça o quão engajados e mobilizados os estudantes eram, tendo posteriormente também, contribuído para a reestruturação do ME mineiro. Com o fim do AI-5, o ano de 1979 foi marcado pelo avanço do Movimento Estudantil em nível nacional e local, e tem-se também a retomada da Marcha Nico Lopes, que apesar da repressão da polícia local, desceu a reta e entrou pra história.

Por meio de toda essa trajetória de lutas e resistências, o Movimento Estudantil junto com os dos trabalhadores, e muitos outros, conseguiram conquistar uma melhora nos direitos e na qualidade de vida do cidadão brasileiro.

 

O que pensam os estudantes?

 

Conversamos com Rômulo de Paula, estudante de Medicina aqui na UFV e integrante da União da Juventude Comunista (UJC). A UJC é um dos coletivos políticos ligados ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e se organiza de forma com que os aspectos do comunismo e do socialismo sejam debatidos e levados à frente, tanto em um ambiente universitário quanto em contato com jovens trabalhadores. Além da UJC, o PCB também tem outras frentes como o Coletivo Minervino de Oliveira, o Coletivo LGBT Comunista e também o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, o único que também tem um núcleo formado e ativo dentro da Universidade.

Quando perguntado sobre o porquê de fazer parte e construir a UJC, o estudante falou sobre entender a necessidade de se organizar politicamente, por ser um jovem trabalhador – uma vez que para conseguir se manter na faculdade o rapaz precisa trabalhar fora, não se dedicando exclusivamente a faculdade como a maioria dos alunos – e também por ver a importância de estar em um grupo que possa debater e estudar os aspectos políticos da nossa sociedade hoje em dia, além de propor e buscar mudanças concretas para o meio em que vivemos.

 

– Também tentamos contato com integrantes da atual chapa do DCE – Lutar e Mudar as Coisas, mas até a entrega dessa matéria não houve uma resposta.

 

Movimentos Sociais em Movimento

 

Foi pensando nisso que o aluno de serviço social, Caique Eduardo da Silva junto com sua orientadora Dra. Júnia Marise resolveram começar o projeto de extensão Movimentos Sociais em Movimentos, cujo o bolsista fala mais no vídeo a seguir:

Casa das Mulheres

A Casa das Mulheres atua desde 2010 na cidade de Viçosa e nasceu como um projeto de extensão da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Seu surgimento se deu por uma demanda do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher em 2009, mas foi só em 2010 que começou de fato a atuar.

O programa atua em duas frentes principais: o atendimento a mulheres em situação de violência, com acolhimento e orientação jurídica, e a produção dos dados sobre a violência contra a mulher no município, o que tem resultado em muita visibilidade para a questão da violência e ações de enfrentamento.

O trabalho dentro do projeto é realizado por estagiários de diferentes áreas, mas principalmente por estudantes do Direito, em função do tipo de atendimento que tem sido demandado. Durante um tempo, o projeto também foi composto por alunos da Enfermagem, que levavam os dados para o sistema de saúde, o que trouxe uma visibilidade muito importante, inclusive em nível nacional, uma vez que esses dados da cidade de Viçosa são lançados no sistema oficial sobre agravos de notificação, o SINAN.

Em 2017, a Casa funcionava apenas meio período e a equipe como um todo avaliou que isso foi prejudicial. Em 2018 o programa funcionava na sede da defensoria pública e na delegacia de polícia civil, onde possuem uma unidade volante, que já funciona anteriormente. Nesse período a defensora pública Ana Flávia assumiu a supervisão da Casa das Mulheres. Porém, neste mesmo ano, devido a uma série de questões, principalmente financeira, o projeto passou por uma suspensão de atendimentos, já tendo retomado as atividades.

Segundo pesquisa do DATASUS, Viçosa é uma das cidades que mais notificou casos de violência contra a mulher no estado de Minas Gerais. O mapa de violência feito pelo Programa Casa das Mulheres aponta que em Viçosa, as situações de violência afetam em maior parte mulheres jovens, em idade reprodutiva e trabalhadoras. Muitas delas são dependentes financeiramente, estudantes ou donas de casa, e por não possuírem renda própria, acabam sendo reféns do ciclo da violência. São mulheres muitas vezes de baixa escolaridade, embora também afete mulheres com um grau maior de escolaridade.

O tipo de violência mais comum é a violência física, mas a violência psicológica, é a que mais impacta mulheres em viçosa. Dias da semana e horário também são apontados na pesquisa e são emblemáticos, porque aponta que a violência acontece em um âmbito domiciliar e muitas vezes na parte da tarde e da noite ou nos finais de semana. Ou seja, nos horário e dias em que os cônjuges estão juntos. 

O trabalho em rede é importante porque a mulher se sente mais acolhida, as pessoas que atendem essas mulheres na Casa das Mulheres são capacitadas e conseguem entender o contexto que essa mulher vive, então o atendimento se torna mais humanizado, mais sensível. 

O atendimento em rede também otimiza o atendimento dessas mulheres, evitando que ela precise ir a várias instituições para ser atendida. Esse trabalho em rede permite que as instituições conversem entre si, então a mulher não se perde no meio do caminho. Ela sabe exatamente onde  precisa ir para ser orientada. Se a mulher que foi atendida na casa precisa ser atendida pelo suporte psicológico, quando ela é encaminhada para a instituição responsável ela já tem o horário certo, o dia certo de comparecer, então ela já sabe exatamente para onde ela precisa ir e quando ela chega é acolhida de uma forma diferente, porque já se sabe do caso dela.

Visto isso percebemos a importância da Casa das Mulheres, bem como de todos os outros movimentos sociais citados, é imprescindível também a manutenção desses espaços para que eles continuem em funcionamento. É preciso também entender que diante a nossa atual conjuntura política ocupar essas esferas é uma forma de resistência e de buscar mudanças concretas para todos os retrocessos que estamos presenciando. 

 

 

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Projeto de pesquisa investiga a presença de pessoas afetadas pelo Zika Vírus na imprensa e nas redes sociais http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/03/o-zika-virus-no-brasil-e-seus-desdobramentos-politico-midiaticos/ http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/03/o-zika-virus-no-brasil-e-seus-desdobramentos-politico-midiaticos/#respond Wed, 03 Jul 2019 17:12:42 +0000 http://www.jornalismo.ufv.br/focca/?p=1411 Uma análise das campanhas governamentais e da inviabilização dos sujeitos afetados.

 

Em meados de 2014, um vírus até então desconhecido, tomou conta do país e assustou pessoas de norte a sul. Trata-se do Zika Vírus, um tipo de vírus que é transmitido pela picada de insetos, principalmente mosquitos. Diferentemente de outras viroses contraídas pela picada de insetos, esse vírus se mostrou mais forte, apesar de ter sintomas muito parecidos com os de uma dengue comum e possuir o mesmo transmissor: o mosquito Aedes Aegypti. A principal complicação que o vírus Zika pode causar é a Microcefalia.

A Microcefalia é uma malformação congênita, ou seja, ela não surge necessariamente no nascimento, ela pode aparecer durante a gestação quando o feto ainda está no ventre de sua progenitora. Ela faz com que o cérebro não se desenvolva de maneira adequada. Essa malformação pode se dar por uma série de fatores de múltiplas origens, por exemplo, substâncias químicas e infecciosas, além de radiação, vírus e bactérias. Mas o que ocorreu no Brasil, no auge da epidemia, foi uma série de mulheres grávidas contraindo a doença e tendo seus destinos completamente influenciados.

Nesse contexto, surgiu em 2018 o Projeto “Estéticas da Diferença”, fruto de uma parceria entre os professores Rennan Mafra do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Viçosa e Rayza Sarmento do Departamento de Ciências Sociais, da mesma universidade. Esse projeto de Iniciação Científica vem realizando análises nos âmbitos da Comunicação Social e da Política Social sobre os reflexos dessa doença na vida das mulheres e crianças afetadas.

Na primeira parte do projeto, as estudantes orientadas realizaram pesquisas e estudos sobre a estética da diferença e coletaram informações nos portais do Governo, sites de notícias e na página ‘União das Mães de Anjos’ no Facebook. No aspecto da política social o objetivo foi analisar os discursos e a forma como o Estado olhou para as pessoas afetadas, com o intuito de identificar a diferença dos discursos e a problemática em torno disso. Já no viés da Comunicação, o enfoque ficou nos desdobramentos do Ministério da Saúde em relação ao surto.

De acordo com as pesquisas de Adriana Helena de Almeida Freitas, estudante do sétimo período de Jornalismo e orientanda do projeto, no primeiro ano pós surto, o enfoque do governo foi dar explicações sobre a doença e a realização de campanhas de prevenção ao mosquito transmissor, o Aedes Aegypti. Já no segundo ano, devido ao nascimento de muitas crianças com Microcefalia, tem-se o lançamento de um Plano Nacional de Combate à Microcefalia. No entanto, ao realizar uma análise desse plano, a estudante percebeu que o mesmo deu um maior protagonismo novamente à questão de combate ao mosquito ao invés de focar e dar visibilidade para a doença e a vida dos sujeitos que a contraíram. A única iniciativa humanizada do Governo nesse momento foi o anúncio de que seria feito um remanejamento dos recursos do SUS para atender as mulheres grávidas em estado de risco.

Na contramão desse cenário, aparece o Projeto Macroamor, que realizou um trabalho fotográfico com as mães e as crianças portadoras da Microcefalia. Paralelamente, um Hospital realizou uma festa de aniversário para as crianças portadoras e todo esse cenário repercutiu na mídia de uma forma bem naturalizada e não dramatizada. Há nesse ponto, uma dissonância dos discursos, como reforçou o trabalho da Amanda Cruz Barbosa, também orientanda do Projeto e estudante do terceiro período do curso de Ciências Sociais.

Hoje, mais de quatro anos após o surto da doença, o Governo Federal segue na diretriz de dar prioridade às campanhas de prevenção ao mosquito, o que só reforça a invisibilização das famílias afetadas.

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Língua brasileira de sinais é um direito humano http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/03/lingua-brasileira-de-sinais-e-um-direito-humano/ http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/03/lingua-brasileira-de-sinais-e-um-direito-humano/#respond Wed, 03 Jul 2019 12:34:31 +0000 http://www.jornalismo.ufv.br/focca/?p=1376
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A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é um direito linguístico e humano. Portanto, devemos ter o olhar de que os sujeitos surdos não estão nos pedindo ajuda, mas sim saber que eles têm o direito de estar aprendendo a língua. Aprender Libras não significa que estamos fazendo uma bondade, mas que estamos levando em conta o direito do sujeito de ter acesso aos conhecimentos e de usá-la. 

A modalidade da Libras é diferente da língua portuguesa, sendo esta considerada como oral-auditiva e a de sinais é considerada como visual-espacial, ou seja, ela usa a visão e o espaço para realização dos sinais e a construção das frases. Ela é construída gramaticalmente com uma estrutura sintática que é específica da própria língua. 

Também há sinais regionais, tendo, por exemplo, vários sinais utilizados no estado de Minas Gerais que são bem diferentes do estado do Rio Grande do Sul, isso acontece como em outras línguas que também possui suas variações linguísticas de acordo com as localidades. Nós vamos nos construindo culturalmente e, assim, a nossa língua sofre variações conforme os espaços em que vivemos. A língua de sinais não é universal existindo uma para cada país. No Brasil, a Libras sofre muita influência em sua gramática da língua de sinais Americana e aspectos comunicacionais da língua de sinais Francesa. 

Para a professora Ana Gediel, do Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa (UFV), onde atua na área Libras, desde 2010, aprender essa língua é fundamental já que ela é a primeira usada pelos surdos e dar espaço para eles não é uma questão de apoio ou ajuda, é um direito. “O processo de aprendizado dessa língua é importante para a interação desses sujeitos na sociedade. É de suma importância que nós consigamos manter uma abrangência para que outras pessoas, além dos surdos, possam se comunicar na língua de sinais também. Pensando na educação básica seria importante ser oferecido o conhecimento dessa língua também de forma regulamentada, como nós temos no ensino superior, isso facilitaria a interação da comunidade escolar com o surdo e, consequentemente, de outros âmbitos sociais.”

No Brasil, a Libras é regulamentada por algumas leis. Ana destaca três que são importantes para a educação do surdo. A Lei nº 10.436, de 2002, a qual reconhece a língua brasileira de sinais como meio legal de comunicação e expressão dos sujeitos surdos no Brasil; o Decreto nº 5.626, de 2005, no qual regulamenta a lei de 2002 e também torna obrigatória a disciplina de Libras para todos os cursos de licenciaturas, fonoaudiologia e magistério no ensino superior; e a Lei nº 13.409, que só entrou em vigor no ano de 2017, referente a reserva de vagas para pessoas com deficiência no ensino superior, sendo uma nova perspectiva para a continuidade dos estudos desses sujeitos, não só no ensino fundamental e médio, mas também no superior.

Na UFV, desde 2010, quando começou a ser oferecida a disciplina de Libras tem-se percebido uma expansão de atividades e um reconhecimento maior da língua. “Quando falamos da Libras, ela atua na questão identitária dos sujeitos. Os surdos que a utilizam constroem sua identidade a partir dela e também as perspectivas culturais surgem em torno da língua – destaca Ana.

 

Ensino de Libras em Viçosa

Proporcionando o ensino bilíngue para surdos, em Viçosa, o projeto de extensão Surdo Cidadão é promovido pelo Departamento de Matemática da UFV.  A iniciativa existe desde 2007, na época chamado de Matemática e Surdez: questão de linguagem e desenvolvimento de novas técnicas de ensino, mas, a partir de 2014, mudou seu nome. Buscando ressignificar a aprendizagem, atualmente são oferecidos minicursos básico 1 e 2 – com conteúdos introdutórios, cursos na Semana do Fazendeiro, palestras e monitorias, por enquanto, de química, matemática e história. 

Para os integrantes do projeto, a ação extensionista é fundamental na formação pessoal e profissional proporcionando experiência e empatia. Nathalia Barros, estudante de licenciatura em Química e membra do projeto, acredita que a experiência trazida pelo Surdo Cidadão contribui significativamente em sua formação enquanto professora e no ensino de química. “A experiência auxilia mais na sua formação do que qualquer disciplina que for fazer. A partir das discussões de estratégias de ensino e metodologias, isso me ajuda no planejamento das aulas e no compartilhamento dentro do projeto Surdo Cidadão. Eu me descobri na área da educação inclusiva, o que abriu meu olhar.”

Para a comunidade surda, beneficia e dissemina a valorização da língua e promove interação entre eles. Regiane Oliveira, natural de Guaraciaba, estudantes de Licenciatura de Educação no Campo (Licena) e primeira estudante a ingressar na instituição participa do projeto desde 2012, quando a iniciativa a ajudou estudar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Eu precisava de ajuda para saber como ler e entender as questões de português, por exemplo. Em 2014, eu fiz o Enem e passei, a Michele, professora de Libras da UFV, me deu os parabéns e ela quem me disse que eu havia passado na UFV.”

Nas atividades realizadas pela iniciativa os espaços são bilíngues, mas a Libras é a primeira. Usam o português como um meio de apoio. Entretanto, dificuldades relativas ao conhecimento e disseminação da língua são encontradas, como na aprendizagem e na imersão cultural. Contudo, os percalços são transponíveis, não sendo barreiras difíceis de serem adaptadas.

 

Iniciativas inclusivas

O Surdo Cidadão oferece anualmente três cursos, sendo dois básico 1 e uma vez o básico 2. São gratuitos e abertos para participação de toda a comunidade contando com certificação e carga horária de dez horas. As ações são divulgadas pela página do projeto no Facebook e pelo site da UFV, e suas inscrições são abertas online mediante preenchimento de um formulário.

Para que as pessoas possam ter acesso aos conhecimentos sobre a Libras, também há diversas instituições que apresentam cursos na modalidade online e a distância. Dessa forma, gratuitamente, os usuários que tenham interesse na comunicação com as pessoas surdas podem conhecer mais sobre a língua. A seguir apresentaremos algumas plataformas que oferecem iniciativas gratuitas.

Escola Virtual do Governo – Pela Escola Virtual do Governo, organizada pela Escola Nacional de Administração Pública – Enap, é possível ter conhecimentos sobre a surdez e a prática de Libras. São 60 horas de curso com certificação para os participantes.

Universidade de São Paulo – A Universidade de São Paulo possui um meio dedicado ao ensino da Libras, sendo gratuito e online. O propósito é que pessoas não surdas tenham acesso a conteúdos relacionados à língua de sinais, à surdez, à educação de surdos é à cultura surda.

Sesi – O Serviço Social da Indústria (Sesi) oferece na modalidade online e auto instrucional o curso para que os ouvintes possam conhecer sobre a língua. Dessa forma, objetiva-se que pessoas com ou sem deficiência auditiva comuniquem no ambiente de trabalho, removendo as barreiras da comunicação que dificultam a relação interpessoal.

 

Iniciativa nas mídias

No fim de maio, estreou na Band o programa Aqui na Band, que trouxe uma iniciativa inovadora na televisão nacional, a inclusão da tradução em Libras. Dessa maneira, foi considerado o primeiro programa de entretenimento a inserir a linguagem de sinais diariamente. Para saber mais informações sobre o programa, basta acessar o site do canal.

Outra proposta inclusiva é o desenho animado Min e as mãozinhas, primeiro desenho animado que ensina Libras em Libras, sem o uso de legendas e intérpretes. Mais detalhes podem ser conferidos pela página no Facebook e pelo canal do desenho no YouTube.

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A situação do descarte do lixo em Viçosa http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/02/a-situacao-do-descarte-de-lixo-em-vicosa/ http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/02/a-situacao-do-descarte-de-lixo-em-vicosa/#respond Tue, 02 Jul 2019 14:32:10 +0000 http://www.jornalismo.ufv.br/focca/?p=1247
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De acordo com o SAAE, são recolhidas 60 toneladas de lixo por dia no município. Deste total, estima-se que apenas 5% são destinados à reciclagem.

Você sabe para onde vai o seu lixo? Cada pessoa produz em média 800 gramas de lixo por dia e, ao final de um ano, esse número chega a 292 quilos. Apesar de ser uma grande quantidade, poucos se preocupam com o destino que ele terá. Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), apenas 3% de todo o lixo gerado é reciclado,  o que é uma situação muito preocupante.

Um dos principais obstáculos em aumentar esse número é a falta de adesão por parte dos municípios, que precisam investir para que essa situação mude. A maneira mais comum de realizar essa tarefa é através de parcerias entre a empresa responsável pela coleta de lixo da cidade e os catadores de materiais recicláveis. Na maioria das vezes, são os catadores que são responsáveis por realizar a coleta desse tipo de resíduo, que em seguida, vai para o local de separação e reciclagem.

Outro fator que prejudica muito o reaproveitamento do lixo é em relação à população, que, em sua maioria, acaba não aderindo e não fazendo a separação do seu lixo. Em cidades que possuem a coleta, poucos são os cidadãos que se comprometem a realizar essa simples tarefa, mas que tem um grande impacto para o meio ambiente.

POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

No ano de 2010, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), por meio da Lei nº 12.305/10, que gerencia o descarte correto desses resíduos e determina a proibição dos lixões no país, além de obrigar os municípios a elaborar planos de resíduos sólidos, incluir os catadores dentro dos planos de coleta e a implementar a coleta seletiva. A PNRS não proibiu os aterros sanitários, uma vez que eles são considerados uma opção mais sustentável que lixões a céu aberto e aterros controlados. Contudo, passou a especificar diversas regras a serem seguidas para que, de fato, atendam às normas da lei e contribuam para a preservação do meio ambiente.

Algumas dessas normas são a distância mínima de 100 metros de qualquer edificação ou curso d’água, a impermeabilização do solo com mantas de PVC, o depósito do chorume gerado pelos resíduos em um poço para tratamento futuro e a drenagem do biogás, que pode ser queimado ou aproveitado para a geração de eletricidade. Além disso, a fim de se impedir a proliferação de pragas urbanas, o aterro precisa ser coberto diariamente com terra. Em síntese, os aterros sanitários devem garantir que os resíduos sólidos sejam tratados e operados de modo a evitar prejuízos à saúde pública e ao meio ambiente.

Somente rejeitos podem ser destinados a esses aterros, ou seja, qualquer tipo de resíduo sólido que não seja reciclável ou que não possa mais ser reaproveitado.  Portanto, tais materiais coletados devem passar, primeiramente, pela coleta seletiva, tendo sua devida triagem para que os materiais que podem ser reciclados sejam aproveitados e não enviados aos aterros sanitários.

EM VIÇOSA

Na cidade de Viçosa, localizada na Zona da Mata mineira, a coleta do lixo é responsabilidade do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) desde dezembro de 2009, quando a Câmara Municipal aprovou a lei nº 2002/2009, transferindo os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos para a autarquia. De acordo com o SAAE, são recolhidas cerca de 60 toneladas de lixo por dia no município. Deste total, estima-se que somente 5% são encaminhados às associações de catadores, enquanto todo o resto é enviado diretamente ao aterro sanitário. Em função disso, os materiais que poderiam ser reaproveitados e destinados à reciclagem acabam por se perder.

Em atividade desde 2003, o Aterro Sanitário Municipal, situado na região denominada Siriquite – rodovia MG 482, a qual interliga Viçosa à cidade de Porto Firme,  foi criado para destinar os resíduos sólidos produzidos no município de forma mais adequada. Atualmente, a operacionalidade do aterro municipal é de responsabilidade do SAAE, que gerencia toda a área destinada ao aterro. Através dessa regularização da coleta de resíduos sólidos, a cidade recebe anualmente o ICMS Ecológico, um benefício repassado pelo Governo Federal e que busca incentivar empreendimentos em saneamento básico.

COLETA SELETIVA

Foto em 360º da Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa, local de trabalho da ACAMARE.  Segure e arraste o mouse para ter a experiência completa.

Com o objetivo de ampliar a coleta seletiva na cidade, foi assinado em 04 de outubro de 2018 um contrato de prestação de serviços entre membros da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Viçosa (ACAT), Associação dos Trabalhadores da Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa (ACAMARE) e o SAAE. O contrato prevê mobilização social, coleta, triagem e comercialização dos materiais recicláveis gerados no município. O SAAE oferece apoio logístico, fornece caminhão, motorista, combustível e apoio em pequenas manutenções, além da remuneração pela tonelada de material processado pelas associações nas unidades de triagem.

Atualmente, a coleta seletiva está sendo realizada de terça a sexta-feira, exceto feriados. Segundo o SAAE, “o material com potencial de reciclagem e reaproveitamento é coletado por dois caminhões com motoristas fornecidos pela autarquia e coletores das associações de catadores, em rotas organizadas, nos bairros onde já existe a mobilização da coleta seletiva. A contratação que tornou possível a coleta de recicláveis têm mobilizado comunidades e deve se expandir para novos bairros de forma gradativa”.

Os materiais recolhidos são encaminhados às associações de catadores do município. Uma delas é a ACAT, composta por catadores que, antes da parceria com o SAAE, coletavam os materiais recicláveis em carrocinhas nas ruas de Viçosa. A associação, que havia se enfraquecido após a mudança da sua antiga sede, desativada por ter sido considerada inapropriada para tal atividade, voltou a se fortalecer. Atualmente situada em um galpão no final da rua Santana, a associação conta com 15 associados.

O outro destino é a ACAMARE, localizada próximo ao trevo de São José do Triunfo (Fundão). Em atividade desde 2002, os trabalhadores da usina se oficializaram como uma associação em 2008, com o apoio da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP). Com isso, os catadores tiveram um aumento do poder de barganha na hora da venda dos materiais recicláveis. Atualmente, 18 pessoas tiram sua renda da comercialização dos materiais separados no local, que, em média, chega a 30 toneladas por mês.

Entrevista com a associada da ACAMARE, Selma Fátima Miranda.
Entrevista com a associada da ACAMARE, Selma Fátima Miranda.

“Alguns materiais são mais fáceis de comercializar, como papel, papelão, plástico, ferro velho. Então praticamente todo mês eles fazem venda desses materiais. Já outros são mais difíceis de achar comprador, como é o caso do vidro. Normalmente são compradores de regiões e cidades maiores, São Paulo, Rio. E aí não compensa porque eles não arcam com o frete. Por isso é um material que fica mais agarrado, geralmente eles conseguem vender somente uma ou duas vezes por ano”, explica Priscila Portugal, formada em Gestão de Cooperativas e que presta apoio administrativo à ACAMARE.

GALERIA DE FOTOS

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PROJETO INTERAÇÃO

A ACAT e a ACAMARE contam com o apoio do projeto InterAção, um projeto de extensão desenvolvido pelo curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Viçosa, criado em 2007 pelas professoras Nádia Dutra de Souza e Vera Lúcia Muniz. Uma das principais finalidades do projeto é promover a mobilização da sociedade civil para a importância da coleta seletiva, que tem um impacto não só ambiental, mas também social, gerando renda para dezenas de famílias viçosenses.

No início, o InterAção buscava desenvolver hábitos de higiene nos locais de trabalho, a geração de empregos e de renda para os trabalhadores da Acamare, além de desenvolver também a questão da percepção da associação como instituição e seus membros como seres políticos na atuação em prol do meio ambiente.

No presente, segundo Adriana de Paula Rocha, estudante de Engenharia Ambiental na UFV e integrante do projeto, o InterAção acompanha todas as reuniões e mobilizações das duas associações, participando de discussões, auxiliando nas escolhas dos bairros e na elaboração de materiais para essas mobilizações, além de levar temas e assuntos do interesse de cada associação. Deste modo, o projeto contribui para o empoderamento dos catadores.

Além de fazer um importante trabalho com as associações de catadores do município, o InterAção também desenvolve atividades de sensibilização nas escolas, buscando realizar ações de aprendizagem não só com os alunos, dentro de sala de aula, mas com todo o corpo escolar. Para isso, o projeto usa uma metodologia diferenciada para que a escola tome para si a participação na coleta seletiva, tendo o envolvimento da secretaria, diretoria, pessoal da limpeza e professores. Para participar do projeto, as escolas interessadas devem entrar em contato com o InterAção.

Para Adriana, a conscientização das crianças acerca do lixo é muito importante porque, “ao aprenderem com o projeto as formas corretas de descartar os resíduos e preservar o meio ambiente, elas chegam em casa e divulgam isso para os adultos. Então é uma forma de ter acesso a essas famílias, além de impactar e conscientizar o maior número de pessoas possíveis”.

Entrevista com o defensor público Glauco Rodrigues de Paula sobre a situação dos catadores de material reciclável em Viçosa.
Entrevista com o defensor público Glauco Rodrigues de Paula sobre a situação dos catadores de material reciclável em Viçosa.

FÓRUM MUNICIPAL DE LIXO E CIDADANIA DE VIÇOSA

Mesa de abertura do seminário “Desafios da coleta seletiva com a inclusão dos/as Catadores/as”

Para incentivar a participação da comunidade viçosense nas discussões sobre o lixo produzido no município, foi inaugurado em 11 de agosto de 2017 o Fórum Municipal de Lixo e Cidadania de Viçosa (FMLC). Contando com a presença do SAAE, as reuniões acontecem sempre na terceira sexta-feira de cada mês. Nelas, as associações expõem e debatem sobre questões que devem ser melhoradas acerca da coleta de resíduos em Viçosa, além de poderem articular melhorias em seu trabalho. O fórum é aberto à população, que pode levar suas demandas às associações.

Por meio do comprometimento de seus associados, o FMLC busca propor pautas e soluções junto ao poder público a fim de melhor articular o gerenciamento dos resíduos sólidos na região, tendo como um de seus princípios a promoção de autonomia das associações de catadores de Viçosa, como prevê a Política Nacional dos Resíduos Sólidos.

A iniciativa já acontece em vários municípios brasileiros e é advinda do Fórum Nacional de Lixo & Cidadania, realizado em 1998 pela UNICEF, com o intuito de discutir e solucionar problemáticas como o trabalho de crianças e adolescentes no lixo, mudar a forma adotada para a destinação dos resíduos produzidos no país e inserir economicamente e socialmente os catadores de materiais recicláveis, dentre outras coisas.

Dessa forma, a gestão de resíduos precisa da participação social para viabilizar alternativas que melhorem as condições de trabalho dos catadores e que também propiciem o melhor aproveitamento dos resíduos. Também faz parte dos objetivos do Fórum sensibilizar a população, geradora de resíduos, para que haja uma mudança efetiva tanto de padrão de produção quanto de consumo.

A IMPORTÂNCIA DA CONSCIENTIZAÇÃO

A única maneira de mudar a situação do lixo é através da conscientização tanto da população quanto do governo, que deve investir na implementação de políticas voltadas à reciclagem e na divulgação de informações para orientar a população sobre como realizá-la.

Por sua vez, os cidadãos devem conhecer e obedecer os horários de coleta na sua localidade, descartando o lixo acondicionado de forma correta e uma hora antes do horário previsto. As pessoas podem se organizar em grupos (por bairros, religiosos), visando realizar a separação binária dos resíduos (lixo úmido e lixo seco). Isso deverá ser comunicado às associações de catadores a fim de que possam elaborar formas de coleta desses materiais para que sejam destinados aos locais corretos, tendo em vista o maior aproveitamento possível do material reciclável e reutilizável.

COMO SEPARAR O SEU LIXO

Muita gente possui dúvidas sobre como deve ser realizada essa separação, que pode variar de região para região, mas que, em grande parte, pode ser bem semelhante. Por isso, a FOCCA traz para você informações de como separar o seu lixo.

Antes de saber como deve ser feita a separação, é preciso entender quais tipos de resíduos sólidos podem ser reciclados ou não. Confira abaixo:

É muito comum que a separação seja feita em lixeiras diferentes. Quando você ouve falar de reciclagem, logo já pensa em lixeiras coloridas, uma para cada categoria diferente de lixo, como plástico, vidro, papel, metal e orgânico.

Uma das barreiras para a realização da reciclagem é a falta de informação, uma vez que grande parte da população acredita que é necessário haver diversas lixeiras diferentes para realizar a separação. Mas, na verdade, separar o lixo não reciclável do reciclável já é suficiente.

Porém, é importante sinalizar qual é o lixo reciclável para que os catadores saibam diferenciar.

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Feira de Agroecologia promove conexão entre pesquisas universitárias e moradores da cidade. http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/02/feira-de-agroecologia-promove-conexao-entre-pesquisas-universitarias-e-moradores-da-cidade/ http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/07/02/feira-de-agroecologia-promove-conexao-entre-pesquisas-universitarias-e-moradores-da-cidade/#respond Tue, 02 Jul 2019 12:57:01 +0000 http://www.jornalismo.ufv.br/focca/?p=1283 Realizada no último domingo de cada mês, o evento mistura ecologia, ciência, cultura e lazer aos moradores da cidade e produtores locais.

A Feira Agroecológica e Cultural da Violeira é uma das realizações de um projeto intitulado Participação, Integração e Empoderamento Comunitário: Alternativas de Desenvolvimento Local para o Bairro Violeira, Viçosa, MG. A feira mensalmente promovida por uma parceria entre a UFV, a Comunidade Presbiteriana de Viçosa e o Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata tem como objetivo de destacar a agroecologia e a economia solidária na região, abrindo espaço para que produtores locais possam expor seus trabalhos.

Histórico

Professores e alunos do Departamento de Economia Doméstica desde antes do início da feira já procuravam um diagnóstico em relação às demandas sociais visando o desenvolvimento comunitário dentro do território do bairro Violeira, visto que já haviam outros projetos de extensão no departamento. Devido às características rurais do bairro, que viabilizam a agricultura familiar, os moradores em conversas com a universidade chegaram à conclusão de que haveria a necessidade da criação de um espaço para o comércio do que era produzido pelos moradores locais. Para que a feira fosse realizada, a CPV fornece um espaço para a montagem das barracas, e a universidade (DED e CTA) se certificam de que os produtos estejam dentro dos parâmetros ecológicos do projeto.

Produtos Agroecológicos 

As instituições que formam a parceria coordenadora da feira certificam que todos os produtores, seja de orgânicos à processados, estejam de acordo com os princípios da agroecologia e economia solidária. Quem participa da feira deve seguir uma série de requisitos para que seja dada a permissão para participar. Além de terem os processos de produção fiscalizados, quem vende ainda conta com orientações sobre boas práticas de manipulação de alimentos. No caso dos artesanatos, somente é permitido comercializar aquilo de produção própria, sendo proibido revender produtos dentro do espaço da feira, garantindo assim a consolidação do espaço como sendo feito apenas para os produtores locais. Além de artigos locais, a CPV organiza um bazar que vende a um preço acessível coisas que foram doadas à igreja.

UFV x Viçosa x CPV

Projetos de extensão são comuns na universidade e eles viabilizam introduzir alunos e professores em pesquisas a fim de desenvolver habilidades e gerar resultados. Sob a coordenação de Ana Lidia Coutinho do DED, a Feira Agroecológica da Violeira direciona o olhar dos participantes para novos campos de conhecimento e atuação, permitindo que o aluno trabalhe fora da aula em áreas de seu interesse, gera novos resultados científicos e ainda desenvolvem a relação entre a universidade e a cidade ao redor. Segundo Lídia,  A participação da igreja Presbiteriana também agrega valor ao aprendizado e à relação entre os realizadores, sendo responsável também por fornecer a infra estrutura e local de realização da feira. Nas primeiras etapas foram encontrados alguns desafios, segundo Márcia, coordenadora do projeto junto ao CTA, houveram “dificuldades em reunir pessoas interessadas em participar e que também se adequassem à filosofia da feira, conseguir barracas emprestadas, providenciar as atrações culturais e divulgação” Apesar de serem instituições com atividades finais diferentes, a estrutura para a concretização do evento e a união entre as instituições foi bem sucedida e atualmente gera bons resultados para a comunidade viçosense.

 

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UFV possui três projetos que participam da maior competição universitária do mundo http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/06/28/projetos-sae/ http://www.jornalismo.ufv.br/focca/2019/06/28/projetos-sae/#respond Fri, 28 Jun 2019 13:37:22 +0000 http://www.jornalismo.ufv.br/focca/?p=1000
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Dentro da área das engenharias existem campeonatos direcionados aos setores automotivo e aeroespacial. Estas competições acontecem a nível nacional em vários países e também à nível mundial e regional. A Society of Automotive Engineers Internacional (SAE) é uma das principais sociedades do ramo na qual conta com 138 mil engenheiros técnicos especialistas relacionados ao mercado automotivo, dentre eles: aeroespacial, comerciais, industriais e automobilísticos. A organização preza pelo aprendizado duradouro e desenvolvimento não só da engenharia como ciência mas também do profissional engenheiro, seja em formação ou já graduado. A SAE mantém o público alvo informado sobre os recentes avanços do setor por meio de revistas científicas mundialmente conhecidas como Automotive Engineering International, Aerospace Engineering e Off Highway Engineering, além disso, a SAE ainda disponibiliza informações por meio de publicações técnicas, históricas e estatísticas distribuídas em mais de 65 países anualmente. 

A SAE Internacional possui uma extensão de cunho social que é a SAE Fundation a qual tem como principal objetivo incentivar e apoiar o desenvolvimento de profissionais capacitados nas muitas comunidades do seguimento. Atuante na iniciativa de promover o conhecimento científico e matemático, além de ajudar a garantir que os setores tenham um grupo de candidatos mais diversificado na força de trabalho no futuro. Dessa forma, a SAE Fundation atua em escolas trabalhando em específico com as turmas de quarta, quinta e sexta séries com a suplementação de ciências físicas. Segundo o site da SAE Internacional, são nesses anos que as crianças perdem o interesse em ciências e matemática, das quais precisarão como base para ingressar em programas curriculares de engenharia. 

No momento em que os alunos ingressam na universidade, a SAE oferta 12 tipos de eventos os quais desafiam os alunos a projetarem, criarem e testarem o desempenho de um veículo real em um ambiente competitivo colocando em prática todo aprendizado adquirido em sala de aula. De acordo com o site, As competições SAE Collegiate Design contam com mais de 4.500 alunos de 500 universidades de seis continentes. Fórmula SAE, Baja SAE e AeroDesign SAE são apenas alguns exemplos dessas competições.

SAE Brasil

No Brasil, a SAE foi instaurada no ano de 1991, executivos dos segmentos automotivo e aeroespacial tiveram a iniciativa de criar a afiliada da SAE Internacional conscientes da necessidade de ampliar as fontes de conhecimento para os profissionais brasileiros. A SAE Brasil mantém o mesmo princípio na qual a instituição foi criada, sempre buscando fontes de conhecimento e atualização tecnológica da indústria, focadas em inovações e tendências da mobilidade brasileira e internacional. Sendo assim, a associação se tornou um setor presente e atuante para o mercado com a promoção anual de simpósios, colóquios, cursos e eventos técnicos. Segundo o site do SAE Brasil, a instituição no país conta com seis mil associados e mais de mil voluntários. Sua sede está na cidade de São Paulo, além de estar presente em sete estados brasileiros, por meio de 10 seções regionais. A associação promove anualmente mais de 100 eventos, entre simpósios, fóruns, colóquios, palestras e congresso, que contam com a presença de 18 mil participantes. 

A SAE Brasil, como em outras partes do mundo, promove programas estudantis, são competições entre estudantes que mantém o mesmo intuito de prática dito anteriormente preservando a ideia de colocar em prática os ensinamentos absorvidos em aula, além disso, dar a oportunidade do aluno vivenciar as etapas de todo desenvolvimento de um produto, buscar soluções criativas paras os problemas que surgem nos processos e também evoluírem no trabalho em equipe. Os projetos são sempre orientados por professores e profissionais da área e o programa mobiliza anualmente cerca de 2.800 estudantes universitários e de ensino médio de todo o país. 

As competições

Baja SAE Brasil

O torneio consiste na disputa de desempenho entre protótipos de carros de corrida off-road (“fora da estrada” atividades esportivas praticadas em locais que não possuem estradas pavimentadas, qualquer estrutura urbana ou caminho de fácil acesso) desenvolvidos por alunos de engenharia, as equipes têm que atuar desde a criação até execução e conclusão do projeto. A competição de projetos Baja foi criado na Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos e a primeira competição aconteceu em 1976. No Brasil, foi realizada a primeira competição nacional em 1995, na cidade de São Paulo. Atualmente, as competições Baja acontecem à nível nacional e também regional. 

AeroDesign SAE Brasil

De acordo com informações retiradas do site SAE Brasil, o torneio é formado por três categorias diferentes: Regular, Aberta e Micro, com requisitos específicos aplicáveis à cada uma destas. De forma geral, a Categoria Regular possui maiores restrições, enquanto as categorias Aberta e Micro dão maior liberdade de projeto às equipes. As avaliações e classificação das equipes são realizadas em dois processos: Competição de Projeto e Competição de Vôo, onde os projetos são avaliados comparativamente por engenheiros da indústria aeronáutica, com base na concepção e desempenho dos projetos. Anualmente novos regulamentos são definidos baseados em desafios reais enfrentados pela indústria aeronáutica como por exemplo, otimização multidisciplinar para atendimento de requisitos conflitantes, redução de peso através de otimização estrutural, instrumentação e ensaios em vôo dos protótipos, entre outros. 

Fórmula SAE Brasil

Nesta competição, os estudantes de cada equipe devem elaborar e produzir um carro protótipo em modelo de Fórmula 1 em tamanho reduzido, os modelos podem ser movidos a eletricidade ou combustão. Durante três dias de evento, os carros passam por provas estáticas e dinâmicas, avaliando a performance de cada projeto na pista, assim como as apresentações técnicas das equipes, que inclui projeto, custo, e uma apresentação de marketing. As equipes devem enviar previamente relatórios sobre os projetos que englobam vários quesitos, os relatórios são avaliados por engenheiros especialistas e já contam como a primeira avaliação do protótipo. No decorrer competição, as avaliações estatísticas devem constatar mais detalhadamente se o carro apresentado no projeto equivale com o apresentado no evento. Todas as provas são avaliadas de formas diferentes e o carro de melhor conjunto vence. As competições no formato Fórmula acontecem atualmente nos países Austrália, Itália, Inglaterra, Alemanha, Brasil e Estados Unidos.

Os projetos SAE dentro da Universidade Federal de Viçosa

A Universidade Federal de Viçosa oferece projetos em vigor para estas três modalidades de competição: UFVBaja Pererecas, Equipe Skywards UFVoa de Aerodesign e Fórmula UFVolts Majorados, todos vinculados ao Departamento de Engenharia de Produção e Mecânica (DEP). Os protótipos e os modelos são inteiramente calculados, projetados e desenvolvidos pelos estudantes, com orientação dos professores. Todas as equipes são formadas por estudantes de diversos cursos, dentro e fora dos departamentos de engenharia. Além das partes técnicas, cada equipes possui também setores administrativos, onde é possível aumentar o contato entre os estudantes de ciências exatas e ciências humanas.

Com essa autonomia que os alunos tem de não apenas construir os modelos, mas  também de gerir integralmente a organização interna das equipes, desde a criação de regimentos internos, estipulação de prazos e metas. O custo para a manutenção destes projetos é alto, portanto os membros devem se organizar financeiramente. A UFV disponibiliza uma verba para cada um dos projetos, mas o valor ainda é insuficiente para a concretização dos produtos desenvolvidos por eles, o que faz com que os estudantes tenham que criar maneiras de arrecadar dinheiro por conta própria. Eles se organizam internamente em suas equipes para definir as melhores formas de arrecadação de fundos.

A Diretora Financeira do Fórmula UFVolts Majorados, Gabriela Toledo, explica como são feitas essas estratégias de obtenção de recursos idealizadas pelos alunos dos projetos.

Dentro dos projetos são desenvolvidas habilidades que caracterizam o aprendizado por extensão dentro da Universidade. Entrar em contato com disciplinas e conhecimentos que os estudantes dos primeiros períodos ainda não tiveram, desenvolver trabalhos práticos, criar network e estreitar relações com empresas nacionais e multinacionais da área, abrindo caminhos para o mercado de trabalho, são resultados da realização deste tipo de atividade.

Conheça as equipes

UFVBaja Pererecas

Bárbara Iamin é capitã da equipe UFVbaja Pererecas, que existe desde o ano de 2008 e possui 34 membros. A equipe tem como objetivo a produção de um carro a combustão off road, ou seja, um automóvel que foi projetado para competições e testes, ele não é utilizado no dia a dia. Ao longo dos anos, foram desenvolvidos oito protótipos do carro e durante esse tempo a UFV colabora com uma verba. Nos primeiros anos essa verba era alta e ajudava bastante o projeto, entretanto, nos dias de hoje ela é bastante reduzida, o que faz com que a equipe tenha que ir em busca de patrocínios por fora. 

A equipe já esteve presente em 13 competições FSAE e em 2018 conquistaram o décimo primeiro lugar na competição nacional. Dentro das competições acontece muita troca de experiência entre as equipes que se encontram dispostas a ajudar uns aos outros, é uma experiência única para quem vivencia. Bárbara relata um momento marcante para ela durante a última competição que participou com a sua equipe. “Na competição deste ano nós sofremos muitas quebras no carro e uma delas precisamos de um soldador para consertar o carro e voltarmos a competir. Como a nossa equipe não tinha máquina de solda, cilindro e nem soldador, procuramos entre as outras equipes alguém para ajudar e a disposição delas em ajudar foi incrível! O pessoal do CEFET deixou um membro a nossa disposição para soldar e ainda emprestou tudo para a gente e conseguimos consertar o que precisávamos”, diz.

Além da participação em competições, a experiência do dia a dia dentro da equipe também é de muito aprendizado. Segundo a Bárbara, fazer parte do projeto é como trabalhar em uma empresa, com curtos prazos para cumprir, orçamentos apertados, imprevistos e cobranças. Isso é essencial para o desenvolvimento humano das pessoas que precisam lidar com diferentes questões, pessoas e pensamentos dentro da equipe.  

Skywards UFVoa

A Equipe Skywards UFVoa de Aerodesign, que também desenvolve projetos dentro da UFV, existe há dez anos e nos dias de hoje conta com uma equipe formada por 28 membros e 22 trainees. Os integrantes da equipe trabalham na criação de um aeromodelo para competições. Já foram criados dez modelos de avião e todos foram levados para competir. A equipe já participou de nove competições da categoria e conquistou o quinto lugar no torneio de acessos.

Pedro Gurgel, capitão da equipe, relata que a universidade colabora apenas com o transporte dos membros nos dias de competição. Todos os outros custos para construção do avião e desenvolvimento do projeto são arcados pelos próprios integrantes. Durante as competições, Pedro conta que as equipes mantêm um contato bem saudável e que a competição não influencia na cooperação que se dá entre os competidores. Os jurados que avaliam os projetos também são muito atenciosos e sempre que possível colaboram tirando dúvidas das equipes. 

 

Fórmula UFVolts Majorados

Fundada em outubro de 2015, a equipe Fórmula UFVolts Majorados é a mais nova das equipes, ela possui hoje em dia 47 integrantes. Os orientadores são Lucas Benini, do DEP, Rodolpho Neves e André Tôrres, de Departamento de Engenharia Elétrica (DEL) e até hoje apenas um protótipo do carro elétrico foi produzido

A equipe Fórmula já compareceu em duas competições, entretanto não venceram nenhuma. Isso se deve ao fato da equipe ser muito nova e não foi possível levar o protótipo do carro para competir, isso fez com que eles fossem impedidos de concorrer a grande maioria dos pontos que foram distribuídos.

O capitão da equipe, Marco Antônio de Oliveira, conta que durante as competições os jurados são muito respeitosos e demonstraram muito profissionalismo. Em relação às outras equipes que competem, suas impressões são iguais as dos outros competidores, todos se ajudam compartilhando dicas e conhecimentos. 

Como a equipe é muito nova, o reconhecimento dos jurados e das outras equipes é muito importante para o fortalecimento do time, Marco Antônio relembra um momento importante que passaram durante uma competição: “Uma experiência marcante em 2017 (nossa primeira competição) foi na apresentação de business, uma prova em que simulamos uma empresa e fazemos uma análise de mercado para venda de carros de competição. O feedback dos juízes foi bem positivo, apesar das perguntas serem muito profundas e complexas. Conseguimos ficar, em pontuação, à frente de equipes com muito mais experiência, inclusive uma equipe colombiana.”.

Marco completou falando a respeito da importância da competição para os estudantes, na qual a maior vantagem de se participar da competição é que ela proporciona uma experiência totalmente diferente do que é trabalhado em sala de aula. A competição traz situações de muita pressão e avaliação muito rígida, o que requer muita responsabilidade e planejamento, já que há riscos reais de acidentes, além da busca pelo melhor projeto possível. Também proporciona a experiência de trabalho em equipe e organização da equipe como se fosse uma empresa, o que aproxima o estudante mais ainda do ambiente profissional.

 

 

Entre no QG das equipes

As equipes desenvolvem seus trabalhos no Laboratório de Engenharia (Labenge) do Centro de Ciências Exatas, dentro do campus da UFV. Cada equipe se reúne em uma sala cedida pelo professor coordenador do laboratório e se reúnem semanalmente para dar seguimento às atividades.

Confira o local de trabalho das equipes SAE da UFV:

Sala da equipe UFVBaja Pererecas:

 

Sala da equipe Skywards UFVoa:

 

Sala da equipe Fórmula UFVolts Majorados:

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